A influência política está atrapalhando as investigações da Polícia Federal na Operação Delivery, que apura o tráfico de pessoas no Acre. A afirmação é do presidente da CPI que trata do assunto na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jordy (PPS-PA).

De acordo com o parlamentar, pessoas influentes no estado estão entre os 104 clientes do esquema identificados pela PF, o que prejudica os trabalhos. "O esquema é de uma gravidade muito grande porque envolve uma rede de aliciadores, envolvendo, inclusive, deputados, vereadores, pessoas ligadas ao Judiciário, empresários de uma maneira geral - enfim, gente influente na sociedade”, alerta Jordy.

O deputado complementa que o tráfico de influência acaba protegendo os envolvidos de qualquer caracterização da prática criminosa, tornando mais difícil a investigação. Para ele, os depoimentos dos detidos apresentam contradições.

A operação começou em outubro de 2012 com o intuito de apurar denúncias sobre uma suposta rede de prostituição e exploração sexual de mulheres em Rio Branco. Duas pessoas, Francinei de Oliveira Contreira e Jardel Lima Nogueira, foram detidas por suspeita de participar do esquema e estão na penitenciária do Acre.

"Pelo que a gente viu, eles são citados por várias vítimas, por várias pessoas e, simplesmente, alegam desconhecer qualquer uma das razões. Enfim, são contradições flagrantes, na minha opinião, e com certeza ainda tem muita coisa para ser apurada", diz o deputado;

A rede de prostituição contaria com sete aliciadores, pelo menos 25 adolescentes e 100 mulheres maiores de idade. A ação contra os suspeitos tramita em segredo de justiça e pouco foi revelado sobre o caso, mas Jordy acredita que o esquema seja muito maior. A CPI deve funcionar por mais quatro meses e pode ser prorrogada, caso haja necessidade.

*Com Agência Câmara

Compartilhar