O cientista político Adriano Cerqueira, entrevistado desta terça-feira (27) na série especial do Hoje em Dia para as eleições de 2022, indicou que a polarização eleitoral no Brasil sempre existiu, mas migrou do campo político para o campo dos costumes por causa do crescimento do eleitorado evangélico no país.
“No início do século eles eram cerca de 9%, a previsão hoje é que sejam 35% do eleitorado. Isso indica uma mudança de valores culturais e políticos e o Bolsonaro é um político que cresceu em cima desse eleitorado evangélico e conservador. Se antes tínhamos uma polarização (no campo da) centro-esquerda, entre PT e PSDB, a partir da emergência das redes sociais cresceu esse eleitorado conservador que hoje é um terço do eleitorado e veio para ficar”, afirmou.
Segundo Cerqueira, a sociedade precisa se acostumar com esse novo modelo de polarização, mas é preciso levá-lo para o campo político. Segundo ele, o cenário eleitoral de 2018 foi marcado por uma renovação dos quadros políticos, mas hoje todos são políticos e a mudança na pauta é inevitável. Na opinião dele, existe hoje uma tendência de que o próximo Congresso reflita essa tendência e seja mais conservador do que o atual.
Adriano Cerqueira encerra a série de entrevistas especiais feitas pelo Hoje em Dia para as eleições de 2022, que têm o primeiro turno marcado para o próximo domingo (2). Antes dele, passaram pela sabatina comandada pelo jornalista Carlos Lindenberg candidatos ao Senado e ao Governo de Minas Gerais.
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