As críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff ao governo de Minas Gerais no domingo (8) levaram a uma troca de acusações entre o Executivo e o PSDB mineiros e PT, PMDB, PROS, PCdoB e PRB, partidos que apoiam a candidatura do ex-ministro petista Fernando Pimentel no Estado. Ao participar de inauguração de uma das obras de mobilidade da Copa do Mundo em Belo Horizonte na manhã de domingo, Dilma cobrou do governo uma "conclusão rápida" do projeto para as obras de expansão do metrô da capital.
Em nota divulgada após as declarações da presidente, o Executivo mineiro acusou o governo federal de ter "exclusiva responsabilidade" pela obra que ainda não foi executada, "apesar de estar prometida há 12 anos". E alegou que, como a União "não havia realizado sequer os projetos necessários para a execução das obras, o governo estadual se ofereceu para realizá-los".
Também por meio de nota, o diretório mineiro do PSDB afirmou que a presidente tenta "fazer os mineiros de bobos" porque assume projetos de mobilidade que são executados com financiamentos que "deverão ser quitados com juros". A legenda em Minas é presidida pelo deputado federal Marcus Pestana, aliado do senador Aécio Neves (MG), que representará os tucanos na corrida presidencial de outubro.
Nesta segunda-feira foi a vez dos partidos que vão compor a aliança em torno de Pimentel - que tem no também ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) o principal adversário ao governo de Minas - emitir nota acusado o Executivo estadual de "enganar a população". O documento, assinado em conjunto pelos presidentes das cinco legendas, afirma que a nota do governo presta "desserviço" à população por causa de "falsidades".
O texto usa informações da Agência Minas, agência oficial de divulgação de notícias do próprio Executivo, para citar a questão do metrô, informando que em 14 de maio passado o governo mineiro entregou o projeto executivo da obra para a Caixa Econômica Federal (CEF). "No entanto, a inépcia administrativa do governo se revelou, novamente, um projeto com falhas graves na documentação, como falta de orçamento e cronograma das obras", dispara a nota, que ressalta ainda pedidos de detalhamento da CEF para que o projeto "garanta a transparência na aplicação dos R$ 3,9 bilhões disponíveis desde 2011" para as obras.
Com relação ao PSDB, o documento acusa o partido de "faltar novamente com a verdade" ao declarar não haver recursos federais nas obras do Move, nome dado ao BRT (do inglês Bus Rapid Transti) na cidade. A nota questiona se a CEF, "que liberou R$ 382 milhões" para o sistema, "é órgão federal ou estadual" e ainda repudia "veementemente o uso reiterado de mentiras e leviandades como instrumento de disputa política" por parte dos tucanos.
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