(José Cruz)
Salmão defumado, omelete de claras, geleia real... os advogados do ex-deputado federal Roberto Jefferson apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a dieta prescrita para o ex-congressista para tentar convencer o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, a deixá-lo em prisão domiciliar.
Os advogados do ex-parlamentar afirmam que ele sofre de doença metabólica em razão de recente tratamento para câncer no pâncreas e necessita de cuidados nutricionais e higiênicos indisponíveis em todo o sistema prisional brasileiro.
Na petição entregue ao Supremo, a defesa reconhece que atualmente não existem sinais de câncer no organismo de Jefferson, mas afirma que ele precisa ter uma dieta regrada. Por esse motivo, pede que seja autorizada a prisão domiciliar no município de Comendador Levy Gasparian, no Estado do Rio de Janeiro.
"Parece claro, pois, que o sistema prisional não terá condições de prover todo o acompanhamento nutricional necessário para a manutenção da vida do requerente, com alimentação especial e extremamente regrada, em intervalos pequenos de tempo, e hidratação constante", afirmou a defesa.
"As condições de higiene que se mostram necessárias em razão de seu tênue equilíbrio metabólico igualmente não poderão ser fornecidas pelo sistema prisional, sendo certo que qualquer deficiência nesses cuidados gerará o aumento de intercorrências inflamatórias e infecciosas que, diante de seu já frágil estado de saúde, poderão abreviar seu tempo de sobrevida", acrescentaram os advogados.
Responsável pela acusação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já manifestou preocupação com os cuidados necessários para garantir a saúde de Jefferson. Em parecer enviado nesta semana ao STF, Janot pediu ao tribunal que determine a realização de uma diligência na unidade prisional para onde pretende mandar o ex-deputado para verificar se o estabelecimento tem condições de prestar atendimento adequado a ele.
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