"Deixem a presidente Dilma trabalhar", diz Rui Falcão

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
Publicado em 17/03/2013 às 09:12.Atualizado em 21/11/2021 às 01:57.
 (Renato Cobucci)
(Renato Cobucci)

O bordão de Getúlio, adotado por Lula, volta com força neste ano pré-eleitoral. “Deixe a Dilma trabalhar”, diz o presidente nacional do PT, Rui Falcão (SP). Com o recado aos “detratores”, ele avisa que o partido no poder ensaia ofensiva contra o processo de desmoralização da política e dos políticos: uma Assembleia Nacional Constituinte, para elaborar e aprovar a Reforma do Sistema Político e Eleitoral. O PT promete lutar pela ANC caso o Congresso reprove a proposta, de quatro itens, relatada por Henrique Fontana (RS).
 

Por que Lula antecipou o debate eleitoral?

A oposição precipitou a campanha eleitoral. Fez um diagnóstico errado e trágico, imaginando racionamento, inflação sem controle, obras paradas e desemprego. Concluiu que era hora de atacar Dilma e isso deu errado. O preço da energia baixou inclusive em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, governados pelo PSDB, que não aderiram ao plano de prorrogação antecipada dos contratos de concessão de usinas mediante redução de tarifa. O PIB passou a 2,4% com a expectativa de chegar a 4%. A indústria aumentou para 84% a utilização da capacidade instalada em janeiro. E o mais importante: o crescimento do bolso da população. O salário mínimo subiu 70% acima da inflação em dez anos. Está acima de 300 dólares; antes do governo do PT era de 100 dólares. O que posso dizer é: deixem a Dilma trabalhar, dialogar com o Congresso e a sociedade.

Combater a corrupção depende da reforma política no Congresso?

Se o relatório não for aprovado pelo plenário, nos dias 9 e 10 de abril, vamos coletar assinaturas para uma lei de iniciativa popular sobre o financiamento público de campanhas, o que ajudará a cercear o peso do poder econômico nas eleições e no combate à corrupção. O PT vai lançar o debate sobre a convocação de assembleia constituinte exclusiva para discutir e propor um novo sistema político eleitoral para o país.

Como democratizar o exercício do poder?

No Brasil, só a presidente da República e o presidente do Congresso podem convocar plebiscitos. Desde 1988, só temos quatro projetos de iniciativa popular legislativa, o que precisa de aprovação de 1% do eleitorado nacional em pelo menos cinco estados. Simplificar isso é aumentar o interesse da população pela política.

O que muda com as pré-candidaturas Aécio, Marina e Campos?

Ao contrário do PT, que tem definição clara de reeleger Dilma, os outros não têm. Marina tenta criar um partido. O senador mineiro não foi formalizado candidato, depende de São Paulo. Eduardo Campos tem parte de seu partido disposta a reeleger Dilma. Temos interesse de manter a aliança nacional com todos os partidos da base. A prioridade é construi-la em 2014 de cima para baixo, da presidência para os governos estaduais. Não vejo problema Dilma ter dois palanques nos estados.

Pimentel disputará com chances de vitória?

Minas tem a política mais complicada do Brasil. A unidade construída em 2012, fez com que a derrota eleitoral (em BH) não fosse derrota política. Vamos ter palanque forte aqui. Minas é prioridade nossa. Dilma é de Belo Horizonte, onde se formou e fez política, embora alguns ignorem isso, de propósito. Estamos confiantes que a expressão alcançada por Dilma no Brasil também ocorre em Minas.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por