Denunciado "mensalinho" em Contagem com participação de Marcos Valério

Amaury Ribeiro Jr. e Rodrigo Lopes - Hoje em Dia
Publicado em 11/06/2013 às 06:49.Atualizado em 20/11/2021 às 19:00.
 (Reprodução / Internet)
(Reprodução / Internet)

O Ministério Público de Minas denunciou na semana passada um grupo de políticos e empresários acusados de operar o chamado mensalinho tucano de Contagem, na Grande BH. Entre os denunciados estão o ex-prefeito e deputado Ademir Lucas (PSDB), a ex-controladora-geral do município Sandra Rocha e o publicitário Marcos Valério.

Contratos

Para o MP, o ex-prefeito e sua turma teriam enriquecido de forma ilícita devido aos contratos milionários da prefeitura com as empresas de publicidade de Marcos Valério, que totalizaram quase R$ 7 milhões de novembro de 2001 a maio de 2002.

Palco

A administração do então prefeito Ademir Lucas serviu de palco, no período de 2001 a 2004, para a prática de atos de improbidade administrativa e crimes que levaram ao enriquecimento ilícito dos denunciados, prejuízo ao erário municipal e violação aos princípios da administração pública, razão pela qual foi instaurado também o procedimento investigatório criminal”.

Tese

O Ministério Público defende a tese de que Ademir teria se aproximado de Marcos Valério durante a campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo, quando o publicitário implantou, pela primeira vez, o mensalão tucano, que serviu de inspiração para o esquema na Prefeitura de Contagem.

Doador

Para o Ministério Público, três políticos seriam a ligação entre o mensalão tucano de Minas e o mensalinho de Contagem: os ex- deputados Amílcar Martins e Márcio Murta e o próprio Ademir Lucas. O ex-prefeito e Murta foram secretários no governo Azeredo. Amílcar, além de ter sido eleito deputado estadual em 98 (na época do mensalão), também na condição de secretário de comunicação assinou vários contratos com as agências de Marcos Valério. Depois virou doador de uma entidade denominada Pai Contagem, uma associação ligada à família de Lucas.

Condenado

Ademir também já foi condenado pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em denúncia do Ministério Público estadual que o acusava de improbidade administrativa. A Justiça atendeu ao pedido do MP e pediu a indisponibilidade de bens até o limite de R$ 1 milhão. Comprovada a irregularidade, Ademir deverá ressarcir o município no mesmo limite fixado para o bloqueio de bens. A ação foi movida pelo promotor Mário Antônio da Conceição, que acusa Ademir de pagar indevidamente à empresa Tema Consultoria Econômica e Financeira Ltda, contratada para prestar serviços na Secretaria Municipal de Fazenda. 

Esquemas

Os contratos foram firmados sem licitação e prorrogados de forma irregular. Em outras palavras: os esquemas dos tucanos são sempre os mesmos. Segundo o Ministério Público, o dinheiro do mensalão era bancado por contratos de propaganda superfaturados, assinados por estatais mineiras com as agências de Marcos Valério. Mas, ao contrário do mensalão petista, o tucano mofa nas prateleiras do Supremo.
 

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