Deputados da base governista em Minas Gerais criticaram nesta sexta-feira (17) o anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff (PT) de R$ 2 bilhões para o metrô de Belo Horizonte. O deputado Lafayette Andrada (PSDB) classificou a visita e a declaração como "demagogia discarada" e recebeu o apoio dos parlamentares Rômulo Viegas e Célio Moreira (ambos do PSDB) e Wander Borges (PSB).
"Mais uma vez Dilma vem à Minas para anunciar uma obra que mais uma vez não começou. Estamos manifestando nossa insatisfação. O anúncio de hoje é o mesmo de dois anos atrás", disse o tucano. Andrada, no entanto, afirmou ainda que o Estado precisa da parceria com o governo federal, sem o discurso eleitoreiro. "Dilma sempre será recebida de braços abertos, mas queremos a presidente, não a candidata. Minas quer e deseja que saiam as obras do metrô, do Anel Rodoviário, da BR-381", acrescentou.
Questionado sobre a falta de projetos para o metrô de Belo Horizonte, Andrada disse que o dinheiro para o projeto “não veio”. “O governo federal ficou de fazer, não conseguiu e pediu ajuda para o governo estadual. Mas a verba não chegou”, comentou o deputado. Em nota divulgada na coletiva, o PSDB informou que a última ampliação do metrô da capital aconteceu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e que, ao longo dos últimos três anos, Minas recebeu apenas R$ 2 milhões para elaboração o projeto do metrô, enquanto outros estados, como Rio Grande do Sul, receberam recursos da ordem de R$ 685 milhões.
Rômulo Viegas (PSDB) bradou, nesta sexta-feira, que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram “pegos na mentira”, já que, segundo o parlamentar, as promessas do governo federal para priorizar as obras em Minas se arrastam desde 2002. Com um papel em mãos contendo o histórico de declarações dos petistas, Viegas criticou a “falta de respeito” com Minas Gerais. “O PT está instalando um feudalismo no Brasil. Estados e municípios estão com pires na mão e Dilma perdoa a dívida de países africanos, como Sudão e Congo, ajuda a construir porto em Cuba, mas não prioriza as demandas dos Estados”, disse o tucano.
BR-381
De acordo com Célio Moreira (PSDB), a União “emperrou” o projeto de duplicação da BR-381 e que, apesar de ter sido criada a Metrominas pelos governos estadual e municipal de BH, a responsabilidade é da União. “Dilma lançou mão de duas máximas: uma, de que a mentira está sendo dita até parecer uma verdade, outra, que pode-se enganar os eleitores uma, duas, três vezes, mas não para sempre”, destacou.
Além disso, os representantes do partido ressaltaram que a promessa de duplicação da rodovia é de 2002 e, até hoje nada saiu do papel. "Agora, na véspera de outra eleição, corre e improvisa um projeto que, na prática, só vai realizar cerca de 25% do prometido. E tem a coragem de dizer que está duplicando a Rodovia da Morte. Uma parte dos trechos ganhará apenas melhorias, que de maneira alguma podem ser consideradas duplicação. Trechos significativos nem entraram na licitação de 2013 ou tiveram a licitação embargada", afirmou o PSDB em nota.
Atualizada às 17h18