FORTALEZA - Com a saída do grupo político do governador Cid Gomes do PSB do Ceará, filiando-se ao Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Sérgio Novais assumiu nesta sexta-feira (24) a presidência do partido no Estado, mas ainda sem um nome forte para dar palanque à provável candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Novais fazia oposição a Cid dentro do PSB. A nova executiva da sigla no Ceará anunciou que recebeu cem novas filiações depois da perda de cerca de 500 filiados com a saída do grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes. Destas novas filiações, compostas principalmente de novatos na política, como empresários e profissionais liberais, devem sair os candidatos da legenda em 2014. Nesse cenário, o palanque de Campos no Estado é incerto - pode ficar a cargo de uma mulher também iniciante na política. O governador de Pernambuco sondou a petista Luizianne Lins, ex-prefeita de Fortaleza, mas ela recusou o convite para ingressar no PSB. O outro nome aventado por Campos, o deputado estadual Heitor Férrer (PDT), não quis sair do seu partido e também não se mostrou disposto a concorrer ao governo do Estado e abrir mão da reeleição na Assembleia Legislativa.
Novais afirma que a candidatura de Férrer ainda não foi descartada e que dependerá da conjuntura nacional - se o PDT decidir apoiar Campos, a possível candidatura de Férrer ganharia força. A nova executiva do PSB também aposta em diálogo com o PSDB local para dividirem o mesmo palanque em 2014, repetindo aproximação feita por Eduardo Campos com o pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG). Novais é integrante histórico do PSB cearense, integrante da Executiva Nacional, e foi contrário à filiação dos irmãos Cid e Ciro Gomes, articulada em 2005 pelo então presidente do partido, Miguel Arraes (1916-2005), avô de Campos. Após uma convivência inicial pacífica, Novais e seu grupo romperam com os irmãos Gomes, ao ponto de terem uma deputada estadual do PSB, Eliane Novais, irmã de Sérgio, fazendo oposição ao governador do mesmo partido. Em seu discurso, Novais afirmou que Cid Gomes não dialogava com o partido. "Libertamos o partido da 'casa grande'", disse, em referência ao símbolo da oligarquia na obra clássica de Gilberto Freyre (1900-1987).