O desembargador Antônio Carlos Cruvinel negou nesta quarta-feira (17) prisão domiciliar ao juiz Amaury de Lima e Souza, preso pela Polícia Federal (PF) há 184 dias acusado de envolvimento com facções criminosas. Por cerca de três horas, Amaury foi interrogado pela primeira vez no Palácio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Na semana passada, o órgão do tribunal acolheu por unanimidade ação penal movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o juiz. Ele é acusado dos crimes de organização criminosa, colaboração com associação para o tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, conexão com outras organizações criminosas independentes, corrupção passiva, lavagem ou ocultação de bens, além de posse irregular de armas de uso restrito das Forças Armadas. "Me declaro inocente de todas acusações", afirmou Amaury, em depoimento.
No fim do interrogatório, ele pediu para ser liberado para cumprir prisão domiciliar em Juiz de Fora, na Zona da Mata, alegando que está numa cela precária e que seu filho caçula havia nascido.
O desembargador Cruvinel, no entanto, indeferiu o pedido e determinou que a defesa faça uma petição nesse sentido. Com óculos e terno preto, Amaury chegou para depor por volta das 8h desta quarta-feira. Chegou de camburão e protegido por escolta militar. O magistrado estava sem algemas. De acordo com a PF, o juiz mineiro concedia benefícios para narcotraficantes do país. Em troca, recebia propinas.