Desvio de R$ 9 milhões no Norte de Minas envolveu mais de 600 empresas

Gabriela Sales - Hoje em Dia
25/09/2013 às 06:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:44

MONTES CLAROS – A Secretaria de Estado de Fazenda, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Federal deflagraram nesta segunda-feira uma operação de combate à sonegação fiscal em prefeituras da região Norte de Minas.

A operação “Caximanha” aconteceu no município de Bocaiuva e teve como alvo principal uma empresa de contabilidade. A suspeita é que mais de 600 empresas, além de administrações municipais, estejam envolvidas no esquema fraudulento que causou um rombo de cerca de R$ 9 milhões.

Uma denúncia – feita pelos contabilistas da região – desencadeou a investigação da Receita Estadual, que durou dois anos. Para diminuir tributos, a empresa ContCel Contabilidade Ltda., de Bocaiuva, utilizava notas frias para “justificar” despesas e burlar prestações de contas de pessoas físicas e jurídicas.

De acordo com as investigações, para tentar “maquiar” o esquema fraudulento, a ContCel, de Afonso Celso Soares, que teve a prisão temporária (cinco dias) decretada, simulava prejuízos ou diminuição do lucro dos clientes.

Apreensões

Em Bocaiuva, auditores fiscais acompanhados de policiais militares cumpriram mandados de busca e apreensão em pelo menos três postos de combustíveis, um supermercado, além das casas dos envolvidos. Várias caixas com documentos e notas fiscais, além de computares, foram apreendidos.

De acordo com o MPMG, o esquema irregular beneficiava, além do escritório de contabilidade, empresas, pessoas físicas e até administrações municipais da região Norte de Minas. Os envolvidos vão responder pelos crimes de sonegação fiscal, fraude em licitações, além de formação de quadrilha, cujas penas, somadas, podem ultrapassar 20 anos de prisão.
 

Oito dos treze vereadores de Bocaiuva são suspeitos
 
Dos treze vereadores de Bocaiuva, oito – Isaias Alves (PSDC), Gilmar Dias (Dem), Romário Pires (PSDC), João Batista Araújo (PTB), José Vieira (PSDC), Eduardo Vieira (PMDB), Antônio Claret (PSDB) e Geraldo Camelo (PMDB) _ são suspeitos de utilizarem notas frias para reembolso de verbas indeni-zatórias. O presidente da Câmara eximiu a Casa de responsabilidade.

Segundo investigação do Ministério Público, os parlamentares utilizavam notas falsas para receber recursos como se fossem para o abastecimento de veículos oficiais. O esquema contava com a participação dos postos de combustíveis. Conforme informação da Receita Estadual, os vereadores são suspeitos de comprar as notas fiscais para ficar com os recursos.

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