Dilma e Lula discutem relação do governo com base

Tânia Monteiro
14/08/2013 às 12:18.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:58

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou café da manhã com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. Lula chegou ao Alvorada por volta das 8 horas da manhã e eles ficaram juntos por cerca de três horas. Lula, agora, seguiu para o aeroporto, a fim de retornar para São Paulo. A agenda da Dilma não indicava qualquer compromisso na manhã desta quarta-feira. Os encontros de Lula e Dilma são frequentes e ocorrem, normalmente, a cada 15 dias, embora eles se falem com mais frequência.

Segundo o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na pauta do encontro desta quarta estiveram desde as últimas pesquisas eleitorais, que mostraram uma pequena reação da popularidade da presidente Dilma, quanto a difícil relação com a base aliada, inclusive o PT, partido de Lula e Dilma, cujos integrantes, na noite de ontem, defendiam a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do orçamento impositivo.

O governo, que queria que as emendas positivas levassem pelo menos 50% para a saúde, não conseguiu impor sua vontade e foi derrotado em primeiro turno na votação da PEC. O governo vai tentar reverter isso no Senado, onde acredita que ainda conseguirá manter a promessa dos senadores de apoiarem a proposta de 50% do orçamento impositivo ir para a saúde, "uma das reivindicações das ruas".

Há uma certa preocupação também com a candidatura de Marina Silva, apesar de interlocutores de ambos considerarem que ela não se sustentará. Mas, todos têm consciência que ainda há muito caminho a ser trilhado na disputa eleitoral, ainda mais com a retomada da votação do Mensalão. O governo também está preocupado com a derrubada dos vetos da presidente Dilma no Congresso, mas já avisou que vai judicializar tudo no Supremo Tribunal Federal (STF), embora saiba do desgaste que isso poderá trazer.

Uma das grandes preocupações do Planalto é o fato de o Congresso ter "aprendido a usar as PECs" para impor suas vontades e derrotas ao governo, já que elas não podem ser vetadas pela presidente. O governo sabe que esse tipo de atitude poderá levar à criação de muitos esqueletos, com gastos inesperados e extraordinários para os cofres públicos.
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