A presidente Dilma Rousseff escolheu, mais uma vez, a base naval de Aratu, no litoral baiano, para passar o recesso de final de ano. Ela deve embarcar, acompanhada de familiares, para a residência dos oficiais da Marinha na tarde de quinta-feira (26). A volta a Brasília deve ocorrer depois de dez dias de descanso, entre 5 e 6 de janeiro.
Na base de Aratu, que fica no subúrbio de Salvador, Dilma tem total privacidade na praia de Inema, de acesso restrito aos militares. Ela fica hospedada em uma casa que costuma receber presidentes da República nos períodos de férias. No fim de 2011, primeiro ano do mandato de Dilma, a residência foi reformada e novos móveis e eletrônicos foram comprados.
Só é possível acompanhar a movimentação da presidente a 2 km do local. Fotógrafos e cinegrafistas costumam ficar em um píer montado pela Prefeitura de Salvador na praia vizinha de São Tomé de Paripe aguardando a aparição de Dilma.
Na passagem de 2012 para 2013, a presidente foi à base de Aratu acompanhada da mãe, Dilma Jane, da filha, Paula, do neto, Gabriel, e do genro, Rafael Covolo. Ela ficou a maior parte do tempo descansando na casa, mas também recebeu o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), com quem passeou por três horas pelas ilhas da Baía de Todos os Santos a bordo da lancha Amazônia Azul.
A Marinha geralmente reforça em 30% o efetivo de segurança quando recebe a presidente e seus familiares. No entorno, a segurança é feita por agentes da Presidência em lanchas e jet-skis.
Pela localização reservada, a praia de Inema, a cerca de 40 km de distância da capital da Bahia, também serviu de refúgio para Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva quando ocupavam o Planalto. Em 2010, Lula foi fotografado carregando uma caixa de isopor na cabeça.
Além do recesso de final de ano, Dilma prefere descansar na base de Aratu durante o feriado de Carnaval. Em 2013, a presidente sofreu uma fissura no dedão do pé direito assim que chegou ao local. Ela tropeçou na escada da casa na base e precisou imobilizar o pé com uma bota ortopédica, que precisou usar pelas duas semanas seguintes.
A presença de Dilma provoca contratempos no cotidiano dos trabalhadores que precisam ir do continente à Ilha da Maré, na Baía de Todos os Santos. Por causa da delimitação da área na frente da praia de Inema pela Capitania dos Portos, para garantir a privacidade da presidente, os barcos que fazem a travessia gastam entre 5 e 10 minutos a mais no trajeto. Também fica proibido o tráfego de barcos à noite, o que impede a viagem de passageiros que voltam para casa, na ilha, após a jornada de trabalho em Salvador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.