Dilma sinaliza que Mantega deixa a Fazenda se ela vencer

Folha Press
04/09/2014 às 22:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:05

(EVARISTO SA/AFP )

Um dia após ter indicado mudanças na equipe e nas políticas de governo num eventual segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta quinta-feira (4) que o ministro Guido Mantega (Fazenda) será substituído se ela for reeleita. Em entrevista em Fortaleza, a presidente foi questionada especificamente sobre o futuro do titular da Fazenda caso vença as eleições. "Eleição nova, governo novo, equipe nova", disse.   "Quero dizer o seguinte. Não nomeio ministro em segundo mandato. Eu não fui eleita. Como é que eu saiu por aí nomeando ministro? Não sei se vocês lembram quando sentaram na cadeira antes da eleição", completou. Foi uma referência a Fernando Henrique Cardoso, que sentou na cadeira de prefeito de São Paulo às vésperas das eleições de 1985 e acabou derrotado por Jânio Quadros.   Dilma ainda seguiu no tema: "Eu não falo isso [nomes da equipe] sabe por que? Por que dá azar. Falar de uma coisa que ainda não ocorreu. Mas é governo novo, equipe nova. Não tenha dúvida disso".   Um dia antes, em discurso a representantes da indústria em Belo Horizonte, a petista já havia sinalizado com mudanças na equipe no caso de reeleição. Até então, Dilma resistia a falar em ajustes em sua equipe e na política econômica, apesar das recomendações do ex-presidente Lula nesse sentido.   Para eles, a petista precisa acenar desde já com mudanças para reconquistar o apoio do empresariado e atender o desejo do eleitorado manifestado em pesquisas.   MINISTROS AFASTADOS   Na última pesquisa Datafolha, Dilma aparece tecnicamente empatada com Marina Silva (PSB) no primeiro turno e perderia para a ex-senadora num segundo turno.   O avanço de Marina nas pesquisas fez com que três ministros decidissem tirar licença dos cargos para trabalhar em tempo integral na campanha petista - Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário).   A ordem agora é calibrar o discurso direcionado aos movimentos sociais e juventude. Para o PT, este eleitorado é simpático à ex-senadora e está insatisfeita com  Dilma. A ideia é que Gilberto Carvalho atue como interlocutor dos movimentos sociais. Berzoini atuará na articulação política, fazendo a ponte com as campanhas estaduais aliadas à Dilma para afinar discursos e mobilizar a militância.   Rossetto, que já participava de reuniões com a equipe da campanha para discutir o cenário eleitoral a pedido de Dilma, agora vai acompanhar mais a presidente nas viagens pelo país.   A chegada de Berzoini e Carvalho à campanha foi bem recebida pelo comitê presidencial. Desde julho, petistas se queixam da falta de coordenadores políticos no QG dilmista.

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