Intolerância

Discussão política, briga e tiros em BH e região marcam domingo após eleição de Lula

Pedro Faria
pfaria@Hojeemdia.com.br
31/10/2022 às 13:25.
Atualizado em 31/10/2022 às 13:59

A Polícia registrou, pelo menos, quatro ocorrências de cunho político nesse domingo (30), após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.

Em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma discussão entre apoiadores de Lula e de Jair Bolsonaro (PL) assustou moradores do bairro Por do Sol. Um casal de policiais penais discutiu com um grupo de pessoas porque achou que eles estavam comemorando a vitória do petista.

Segundo a Polícia Militar, o grupo estava indo orar em um monte e passaram perto de uma casa que estavam tocando uma música que fazia alusão ao presidente eleito Lula. Um dos policiais penais saiu de sua residência e, achando que o som era proveniente dos religiosos, teria dito: "Caso alguém esteja comemorando a vitória de Lula na porta da minha casa, irei atirar". Ele também teria chamado as pessoas que estavam na rua de "crentes de merda".

O militar voltou para dentro do imóvel e, em seguida, sua mulher, que também é policial penal, saiu armada, xingando os religiosos. A confusão, então, teria começado e eles acabaram se agredindo. No meio da briga, uma pessoa conseguiu pegar a arma da mulher, gerando um disparo acidental.

Os ânimos só se acalmaram com a chegada da PM. Em conversa com os policiais, os evangélicos disseram que não tinham nenhuma relação com a comemoração dos moradores da casa vizinha e que a dupla estava embriagada.

O casal contou aos militares que haviam saído de casa e retornaram após o resultado das eleições. Eles confirmaram que iniciaram a confusão, após confundir o grupo com apoiadores de Lula. Os policiais penais assinaram o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que os policiais estavam fora do horário de trabalhoe que estão à disposição da Justiça. Caso seja apontado crime, os policiais penais poderão sofrer as sanções administrativas cabíveis, informou a Sejusp.

Tiro de chumbinho
No Buritis, região Oeste de BH, um homem fez um disparo de arma de chumbinho contra o apartamento de um casal que comemorava a vitória de Lula.

De acordo com o boletim de ocorrência, as vítimas comemoravam a vitória do petista quando ouviram gritos de "Lula ladrão" vindo do apartamento de um vizinho. Minutos depois, ouviram um disparo que acertou a janela de um dos quartos.

A Polícia Militar foi acionada e tentou falar com o suspeito no apartamento dele, mas não houve resposta.

Segundo os militares, outra solicitação foi feita no local pelo mesmo motivo. Um casal comemorava conversando com uma vizinha e usando o flash do celular, quando o suspeito do ataque teria gritado: "Menina da lanterna, sai dai".

Em seguida, fez um novo disparo contra o apartamento da vítima. Não houve feridos e ninguém foi preso.

Outras ocorrências
No bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH, o ex-candidato a deputado federal pela Rede Sustentabilidade, o mineiro Túlio Cária afirmou que foi vítima de crime "por motivação política', também no domingo (30). A Polícia Militar, no entanto, registrou o caso como acidente de trânsito.

O carro em que Túlio estava foi atingido diversas vezes por um homem, que fugiu do local. Ele disse ter seguido o automóvel para tentar fazer fotos e filmar a placa, mas "no momento em que conseguiu alcançar o carro, o homem sacou uma arma e o ameaçou".

Já no Nova Cintra, na região Oeste da capital, um homem foi preso após matar uma pessoa e ferir outras quatro. Segundo a PM, o suspeito atirou contra duas mulheres em um beco e, depois, disparou contra mais três pessoas em uma casa.

As vítimas foram levadas para o hospital João XXIII. Um homem baleado não resistiu e morreu. Ainda de acordo com a Polícia, "a hipótese mais provável é de que o crime tenha motivação política".

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