Em decorrência da rixa política com seus antecessores, pelo menos mais três prefeitos do Sul de Minas estão se remoendo para pagar salários atrasados dos servidores. Em alguns casos, a dívida chega a ultrapassar o valor do repasse anual do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que representa parcela importante e significativa na receita dessas administrações.
Em Lavras, o novo prefeito, Marcos Cherem (PSD), diz ter herdado uma dívida de R$ 23 milhões – valor R$ 3 milhões maior que o FPM de 2012 – da ex-prefeita Jussara Menicucci (PSDB). A administração de Lavras também tem, desde 2010, um débito de mais de R$ 1,9 milhão com o Fundo de Precatórios. “Os funcionários não receberam os vencimentos de novembro, dezembro e parte do 13º. Teve atraso nas contas da Cemig e da Copasa, e nesses casos, conseguimos fazer acordo, mas não vislumbro uma solução antes do fim deste ano”, afirma Cherem. Para colocar a casa em ordem, o prefeito de Lavras decretou a suspensão do atendimento ao público, até o dia 22, para realizar auditoria nas contas públicas.
Em Alfenas, o prefeito Maurílio Peloso (PDT) ameaça decretar estado de emergência para poder contratar serviços básicos sem licitação. Peloso e o vice Décio Paulino (PR) dizem que o ex-prefeito Luiz Antônio da Silva (PT) teria deixado para o município uma dívida de R$ 9 milhões – praticamente a metade do FMP de 2012. “Temos uma lista de oito pessoas de cargos de confiança, entre eles secretários, que receberam os salários de dezembro e o 13º, mas 2.200 efetivos ficaram sem pagamento”, diz o prefeito.
Varginha engrossa lista de devedores
Varginha também herdou dívidas. A Comissão de Transição de Governo apontou um débito de R$ 111 milhões com Fundo de Previdência dos Servidores, fornecedores e repasses para fundações e autarquias. Ex-secretário de Administração, Guilherme Maia admite a dívida, mas alega que o valor é inferior, de R$ 70 milhões.