Dona do Banco Rural é condenada a mais de 16 anos de prisão

Folhapress
12/11/2012 às 20:22.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:13

BRASÍLIA - Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aplicaram nesta segunda-feira (12) penas à dona do Banco Rural que, somadas, chegam a 16 anos e 8 meses pelos crimes cometidos no mensalão. Também foi fixada multa de R$ 1,5 milhão.

Pela legislação, Kátia Rabello terá que cumprir parte de sua condenação na cadeia. A lei estabelece que penas acima de oito anos devem ser cumpridas inicialmente em regime fechado.

Por formação de quadrilha, ela recebeu 2 anos e 3 meses de prisão. Pelas 46 operações de lavagem de dinheiro, ela recebeu 5 anos e 10 meses, além de multa de R$ 647 mil.

Pelo crime de gestão fraudulenta, ela pegou 4 anos de prisão, com R$468 mil em multa. Ela ainda recebeu 4 anos e 7 meses de prisão por 24 operações de evasão de divisas e multa de R$ 390 mil. O Banco Rural emprestou R$ 32 milhões para o PT e o empresário Marcos Valério, e ajudou-os a distribuir o dinheiro do esquema a partidos políticos sem chamar a atenção das autoridades.

Na fixação da pena, o relator, Joaquim Barbosa, disse que ela teve papel fundamental para que o esquema do mensalão chegasse a seu objetivo para a compra de apoio parlamentar. "Kátia ajudou ao colocar seu grupo empresarial a disposição dos membros criminosos, ajudou a colocar em risco o sistema democrático", disse. Ele voltou a falar que o operador do esquema, Marcos Valério, atuou junto ao governo para favorecer o Rural.

"Marcos Valério esteve no Banco Central 17 vezes para tratar de interesses do Rural, certamente contrapartida que pretendia obter, mas não sei se obteve", disse.

Segundo denúncia do Ministério Público, o núcleo financeiro é composto pelos ex-dirigentes do Rural José Roberto Salgado e Vinicius Samarane. Ayanna Tenório foi absolvida pelo Supremo de todas as acusações no processo.

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