E-mail nacional terá versões para o governo e outra para o público em geral

Julia Borba - Folhapress
Publicado em 15/10/2013 às 15:42.Atualizado em 20/11/2021 às 13:21.
BRASÍLIA - O projeto inicial do governo para criação de um serviço de e-mail brasileiro foi desmembrado. Existem agora duas versões em andamento: uma para atender ao governo e outra para a população. Conforme antecipado pela Folha de S.Paulo, o plano é criar uma alternativa para os populares Outlook e Hotmail, da Microsoft e Gmail, do Google. 
 
O produto mais elaborado, com foco na administração pública, está em fase de testes e ficará oficialmente pronto em novembro. Trata-se da evolução do Expresso, programa já utilizado por alguns órgãos públicos, como a Presidência, e também oferecido à empresas privadas que queiram comprar essa tecnologia. 
 
Segundo a reportagem apurou, o governo decidiu separar esse projeto - que possui ferramentas bastante elaboradas e caras- do modelo popular de e-mail nacional, para atender o público e às empresas que não estejam dispostas a pagar pelo serviço. 
 
Esse "e-mail popular" está ainda em fase de formatação pelo Serpro e pelos Correios e só deve ficar pronto em meados de fevereiro de 2014. 
 
Simplificação 
 
Até lá, as duas organizações vêm realizando encontros para discutir o modelo que será adotado e as ferramentas que estarão incluídas no programa. O Ministério das Comunicações vem fazendo a intermediação dessas conversas. Neste momento, a discussão gira em torno das ferramentas que serão mantidas e as que serão retiradas para se chegar ao modelo popular. 
 
A criptografia e a certificação digital, por exemplo, são algumas das opções que podem ficar de fora. Por meio da criptografia, os textos são transformadas em códigos durante o envio do e-mail. Assim, se houver a interceptação da mensagem em transito, ela ficará incompreensível, dificultando a espionagem. 
 
Já no sistema de certificação digital, o usuário precisa utilizar uma espécie de pendrive para ter acesso ao e-mail. Desta forma, a autoria das mensagens fica comprovada, já que o dono da conta é o único que terá acesso à senha e à chave de certificação digital. 
 
Segundo a Folha apurou no Ministério das Comunicações, mesmo sem essas duas ferramentas, o governo acredita que o e-mail nacional ainda se manterá atrativo e conquistará adeptos, uma vez que a cláusula contratual não irá prever que o sigilo das informações pode ser quebrado caso o administrador julgue necessário. 
 
Nos programas de e-mails estrangeiros, o contrato com os usuários deixa claro que, em casos específicos, considerados necessários e em que a empresa julgar ser de boa-fé, o conteúdo do usuário pode ser acessado ou divulgado sem limitações. 
 
Além disso, o armazenamento de dados será feito no Brasil, o que dificultaria espionagem por outros países. Quando pronta, a versão popular do e-mail nacional será comercializada pelos Correios em todo país.
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