O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), defendeu mais autonomia aos Estados para enfrentar a crise fiscal e criticou o ajuste feito em 2015. "Falta autonomia dos Estados para enfrentar a crise", afirmou o governador alagoano, durante o XXVIII Fórum Nacional, evento promovido no Rio pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso. Diferentemente dos Estados, a União pode emitir títulos e rolar sua dívida.
Segundo Renan Filho, o ajuste foi feito pelos Estados em 2015 "com prejuízo dos serviços públicos", pois, quando um governador "chega ao ponto de não pagar os servidores", é porque não pagou impostos, não fez investimentos e deixou de prestar serviços públicos.
"Foram os Estados que fizeram superávit primário (em 2015). Como a União não fez, os Estados fizeram sem ter condição", afirmou Renan Filho. "O que a União nos impõe é um desmonte dos serviços públicos", criticou o governador.
Os Estados registraram superávit primário de R$ 9,075 bilhões em 2015. Já o resultado consolidado do setor público foi deficitário em R$ 111,249 bilhões no ano passado.
Ajuste fiscal
Já o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), defendeu que o Congresso Nacional vote medidas de ajuste fiscal durante o recesso parlamentar, em julho. Segundo o governador, como algumas das medidas são impopulares, não dá para esperar o recesso, pois a votação ficaria muito próxima das eleições municipais. "Temos de ser duros e vigorosos nas medidas. Temos pouco tempo para agir", afirmou Colombo, durante o XXVIII Fórum Nacional, no Rio. O governador não citou medidas, mas defendeu uma reforma no funcionalismo e na Previdência.
Renan Filho e do governador do Rio, Francisco Dornelles (PP), também defenderam moratória de 12 meses para a dívida. "Devíamos ter carência de 12 meses de pagamento de dívida. E nesse período nós vamos discutir. Precisamos ter tranquilidade", afirmou Dornelles.
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