Empresário alvo da My Way presenteou 'Silvinho do PT' com Land Rover

Agência Estado
Publicado em 06/02/2015 às 20:45.Atualizado em 18/11/2021 às 05:56.

O empresário Cesar Oliveira, dono da GDK Engenharia e alvo da Operação My Way, deflagrada pela Polícia Federal na quinta feira (5), para combater suposto esquema de propinas na Petrobras, protagonizou um outro capítulo emblemático da política brasileira. Foi ele quem presenteou Silvio José Pereira, o "Silvinho do PT", com um Land Rover, avaliado em R$ 74 mil, na época (2005).

Silvinho exercia, então, o posto de secretário-geral do PT, agremiação que atravessava sua pior crise com o estouro do escândalo do Mensalão. Ele teria recebido o carrão em troca de facilitação para o empresário na Petrobras.

A GDK tem negócios com a petrolífera desde o governo Lula. A empresa e seu dono foram citados em novembro de 2014 na delação premiada do ex-gerente da Diretoria de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco. Segundo o delator, o dono da GDK, Cesar Roberto Santos Oliveira, "agia como operador no pagamento de propinas" no âmbito da Diretoria de Serviços da estatal.

A delação de Barusco deflagrou a Operação My Way, desdobramento da Lava Jato que mira empresas relacionadas com a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Barusco declarou que Cesar Oliveira "efetuou o repasse" de US$ 200 mil nas contas 'K' e 'T', no Banco Lombard Odier, na Suíça.

Segundo o delator, "foram ajustados pagamentos de propinas sobre cinco contratos (da estatal petrolífera) com algumas exceções, todos da área de Gás e Energia, no valor aproximado total de R$ 700 milhões de reais". O ex-gerente afirma que os US$ 200 mil supostamente repassados por Cesar Oliveira foram destinados à "Casa", como Barusco denomina a parceria que ele manteve com o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, de quem era braço direito.

Ele não soube informar a conta de origem usada por Cesar Oliveira. À Justiça Federal, a Procuradoria da República sustenta que o empresário "também foi responsável por operacionalizar os pagamentos de propinas a Barusco, em decorrência de contratos firmados pela GDK com a Petrobras".

A GDK Engenharia diz que "todos os esclarecimentos acerca desta e de outras matérias já foram prestados às autoridades competentes."


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