ALIANÇA

‘Engler vai herdar mais de 90% dos votos de Tramonte’, projeta cientista político

Especialista dá como certa a migração para o candidato do PL devido ao caráter ideológico dos votos no Republicanos: "os eleitores seguem a orientação da igreja", diz

Ana Paula Lima
apaula@hojeemdia.com.br
Publicado em 07/10/2024 às 00:15.Atualizado em 07/10/2024 às 00:18.
Para especialista, Nikolas Ferreira será importante no segundo turno, mas já trouxe para Engler os votos que podia (Valéria Marques/ Hoje em Dia)
Para especialista, Nikolas Ferreira será importante no segundo turno, mas já trouxe para Engler os votos que podia (Valéria Marques/ Hoje em Dia)

A migração para Bruno Engler de quase a totalidade dos votos recebidos por Mauro Tramonte (Republicanos) vai garantir a vitória do candidato do PL na corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte. A aposta é do cientista político Márcio Coimbra, que dá como certa a aliança entre os dois partidos no segundo turno na capital mineira. O resultado da votação neste domingo (6) leva Engler (34,38%) e o atual prefeito, Fuad Noman, do PSD (26,54%), para a disputa em 27 de outubro, com uma diferença de 99 mil votos. Escolhido por quase 193 mil eleitores, Tramonte ficou em terceiro lugar.

“Mais de 90% dos votos do Tramonte irão para o Engler”, estima Coimbra. Presidente do Instituto Monitor da Democracia, ele justifica a leitura pelo peso que a ideologia tem nessa fatia do eleitorado. “O Republicanos é o partido da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). E os eleitores vão seguir a orientação da igreja. Então esse voto é muito homogêneo”.

Para o cientista político, as legendas de Tramonte e Engler terão uma firme parceria no segundo turno e também na gestão da capital, caso o candidato do PL vença. “São partidos muito próximos. Basta ver que o Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo) foi alocado no Republicanos, não no PL. Se o Bruno ganhar, o Republicanos terá protagonismo na administração municipal. Vão governar juntos”, pontua.

Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007), ex-diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal, além de conselheiro da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), Coimbra diz ainda que pesam contra o Fuad a idade e o histórico político. “ Acho muito difícil que vença. Trata-se de um senhor, de 77 anos, disputando a prefeitura com um menino, numa eleição que está muito mais para renovação do que para velhas lideranças”, analisa. 

Apesar de reconhecer o peso de Nikolas na campanha de Engler até agora, o especialista destaca que o apoio do deputado federal não bastará para a vitória do PL em BH. “Nikolas terá uma posição essencial no segundo turno, mas não vai adicionar mais votos do que o Bruno já teve. Os votos mais importantes serão os do Tramonte”, reforça.

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