Ex-candidata responsável por falso pagamento milionário tem contas desaprovadas pelo TRE-MG

Thiago Ricci - Hoje em Dia
Publicado em 26/06/2015 às 20:12.Atualizado em 17/11/2021 às 00:39.
A ex-candidata ao cargo de deputado estadual pelo PT, Helena Ventura, responsável pelo susposto pagamento milionário à Gráfica Brasil teve as contas rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Apesar da decisão, o tribunal aceitou a versão de Helena de que os R$ 36 milhões pagos à empresa da família de Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, foram fruto de um erro.
 
Segundo a defesa a técnica em enfermagem, o responsável pelo equívoco que gerou o valor milionário foi a contadora Rosilene Alves Marcelino, que chegou a admitir o erro. "Coloquei o valor de R$ 725 no campo de valor unitário, quando deveria colocar no valor total. Aí, quando o sistema multiplicou por 50 mil unidades, gerou os R$ 36 milhões", afirmou à reportagem. "Foi um erro muito grave", admitiu.
 
No entanto, conforme o Hoje em Dia publicou, a contadora e a ex-candidata também assinaram um documento no qual o valor de R$ 36 milhões é registrado em dois pontos. Por fim, ainda houve um terceiro erro, segundo versão de Rosilene. A contadora lançou, de forma equivocada, notas ficais da Gráfica Brasil idênticas - das quais uma seria a do pagamento de R$ 36 milhões - a documentos declarados pelo Comitê Financeiro do PT - o que configuraria em notas fiscais uplicadas.
 
Obscuro
 
No entanto, a nova prestação de contas da Helena sofreu uma profunda mudança em relação à anterior. Entre as despesas, sumiram pagamentos a Gráfica Brasil e um fornecedor descrito como "Rafael Henrique Meireles Aquino", que somam um gasto superior a R$ 9 mil. Por outro lado, apareceram, custos com a contadora Rosilene Marcelino (R$ 1,2 mil), um escritório de advocacia (R$ 10 mil) e um fornecedor chamado "Anderson Giovane de Carvalho" (R$ 750).
 
Quanto às receitas, a doação da Gráfica Brasil também sumiu e a quantia total de R$ 26 mil caiu para R$ 18,9 mil. No lugar, apareceram doações de Vale Energia, Construtora Centro Leste Engenharia e JBS, recebidas através do comitê.
 
Mesmo com todas as modificações, Helena Ventura não soube explicar o motivo da dívida de campanha de R$ 11,9 mil, o que resultou na reprovação do TRE-MG. "Foram encontradas falhas que comprometem a regularidade e transparência das contas, consideradas estas em seu conjunto, devido ao volume de recursos envolvidos, no montante de R$ 11,9 mil, representativo de 38,8% do total das despesas, não podendo ser considerados irrelevantes", diz trecho do documento assinado pelo auditor de Contas Eleitorais Vinicius Ordones de Figueiredo. "Razão pela qual opinamos pela desaprovação das contas de Helena Maria de Sousa", conclui o texto.
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