Ex-senadora diz que sua sigla é alvo de "dois pesos e duas medidas"

Paulo Gama - Folhapress
Publicado em 14/03/2013 às 15:55.Atualizado em 21/11/2021 às 01:53.
 (Ivaldo Cavalcante)
(Ivaldo Cavalcante)

SÃO PAULO - A ex-senadora Marina Silva afirmou nesta quinta-feira (14) que os congressistas usam "dois pesos e duas medidas" ao defender a aprovação de projeto de lei que restringe o acesso de novos partidos a recursos do fundo partidário e limita o tempo na propaganda gratuita na televisão.

"Vemos com preocupação, do ponto de vista da postura democrática. Outros partidos foram criados e para eles não foi colocada essa cláusula de barreira. Estão sendo usados dois pesos e duas medidas conosco", afirmou ao participar de ato para coletar assinaturas para a Rede Sustentabilidade, o novo partido que tenta viabilizar.

Para ela, "obviamente" há uma "leitura política" do projeto. Proposta em tramitação no Congresso impede que os deputados que migrem para um partido recém-criado sejam levados em conta no cálculo para a divisão do fundo partidário e da propaganda na televisão, como aconteceu com o PSD de Gilberto Kassab, beneficiado por ter atraído cerca de 50 deputados federais. Pela regra, quanto mais representantes o partido tem, recebe maior fatia do fundo e mais tempo de propaganda.

Marina criticou ainda a "antecipação" da disputa presidencial. "Acabamos de ter uma disputa para prefeito e já anteciparam a eleição para presidente. A gente tem que ganhar mais tempo discutindo propostas e ideias do que a engenharia eleitoral", afirmou. Para ela, as atividades da Rede não se incluem na antecipação. "Estamos discutindo programa, não estamos participando dessa antecipação".

Para que o partido seja registrado na Justiça Eleitoral, são necessárias 500 mil assinaturas, colhidas em ao menos nove Estados. Para isso, a ex-senadora inicia uma maratona de atividades para coletar os apoiamentos. Ela fará mais dois iguais aos desta quinta em São Paulo. Na sexta-feira vai a Araraquara, no interior do Estado, e no final de semana ao Rio.

Segundo o deputado Walter Feldman (PSDB), que também participa da fundação no novo partido, a estimativa é que a sigla já tenha obtido de 10% a 15% das assinaturas necessárias. Marina disse que enquanto o partido não adquire personalidade jurídica, e portanto não pode receber doações, às atividades estão sendo custeadas pelos próprios fundadores. "É um processo cada um fazendo por sua própria conta quando tem quer viajar, ou os grupos locais tentando contribuir".
 
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por