Gestão de Nazareno tem verba de sobra e a de Araçuaí fecha portas

Patrícia Scofield - Do Hoje em Dia
10/01/2013 às 07:35.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:28

(Omar Freire/Imprensa MG)

Enquanto a maioria dos prefeitos em Minas assume o cargo reclamando de dificuldades para pagar dívidas, como no caso do chefe do Executivo de Araçuaí (36 mil habitantes), no Vale do Jequitinhonha, Armando Jardim (PT), em Nazareno (8 mil habitantes), na região Central, o ex-prefeito José Heitor Carvalho (PSDB) deixa o posto em situação rara.

Além de ter equilibrado as contas, que apresentavam rombo desde 2005, quando assumiu o primeiro mandato, o tucano deixou pouco mais de R$ 2 milhões em caixa ao sucessor, o prefeito João Caetano Leite (PDT). “Recebemos o saldo positivo das contas e, para dívidas que ainda devem ser quitadas, o ex-prefeito também reservou outros R$ 700 mil de restos a pagar. Vou trabalhar para tentar superar o que ele fez”, diz João Caetano.

Em Araçuaí, Armando Jardim conta que assumiu em situação “caótica”, sem ter conhecimento do valor da dívida. “Não temos banco de dados, não temos documento nenhum da gestão anterior. Tivemos que fazer um boletim de ocorrência na Polícia Militar para tentar recuperar os arquivos com a empresa de assessoria contábil”.

Na cidade, estão funcionando apenas a coleta de lixo e o atendimento médico de urgência. Segundo o prefeito, esses serviços só não foram suspensos porque Araçuaí contabilizou pelo menos 1.200 casos de dengue nos últimos meses. “Vamos tentar reabrir, a partir de segunda, o Programa Saúde da Família também”, acrescenta o petista.

A falta de informações sobre a real situação nas contas públicas levou o prefeito a fechar, inclusive, os setores de pagamento e tributação da administração pública. “Se não conseguirmos o acesso aos arquivos da prefeitura, teremos que levar o caso à Justiça. Não dá nem para recolher IPTU e pagar servidores”, lamenta.

Ajustes

Com 86% de aprovação dos moradores de Nazareno, o ex-prefeito José Heitor se orgulha de ter conseguido, em dois mandatos consecutivos, ajustar a situação fiscal e investir na cidade. Há sete anos, quando assumiu o cargo, herdou dívida acima de R$ 500 mil com energia. “Só essa conta, fiquei sete anos pagando. Temos pavimentação em 96 das 100 ruas. Ampliei de um para três os postos de saúde, implantei esgoto em 85% do município. Sou a prova de que existe administração séria”, destaca.

O empenho o levou a conquistar, em 2010, o primeiro lugar entre os prefeitos de Minas e o 19º entre os prefeitos do Brasil no ranking de Responsabilidade Fiscal, Social e de Gestão dos Municípios Brasileiros (IRFS), feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
 
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