Hospitais em Belo Horizonte estão doentes

Editorial - Hoje em Dia
18/07/2012 às 06:14.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:38

Os problemas enfrentados pela população na área da saúde aparecem em primeiro lugar nas preocupações dos eleitores de Belo Horizonte, conforme pesquisa eleitoral divulgada por este jornal. Para quase 53% deles, este é o maior desafio para o próximo prefeito. Em segundo lugar, aparece a segurança pública, com 11%. Isso ocorre no mais importante município mineiro, que concentra o maior número de hospitais de referência em especialidades médicas.

Um deles é o Hospital Municipal Odilon Behrens. Segundo a prefeitura, este hospital “é referência para o atendimento de urgências clínicas, cirurgia e maternidade de alto risco para usuários de Belo Horizonte e outros municípios. Atende também especialidades médicas, realiza exames de imagem e laboratoriais, e desenvolve ações de ensino e pesquisa.”

Pois foi no pátio de entrada deste excelente hospital que este jornal flagrou nesta semana ambulâncias paradas à espera da liberação das macas usadas para o resgate de doentes. São 26 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, em média, seis desses veículos equipados para o transporte de doentes e feridos ficam retidos por 12 horas diariamente, por falta de macas. As macas ficam dentro do hospital, nos corredores, enquanto os doentes transportados esperam vaga. O hospital só possui 402 leitos, dos quais apenas 135 na Unidade de Urgência e Emergência.

O Odilon Behrens é um dos 32 hospitais e cerca de 400 ambulatórios que atendem pacientes do SUS em Belo Horizonte. Outro é o Hospital das Clínicas da UFMG, onde aproximadamente 25% do atendimento ambulatorial e hospitalar foram comprometidos pela greve na universidade iniciada no mês passado. Cerca de 40% dos pacientes são enviados por prefeituras do interior do Estado.
Passados quatro anos e meio do fim da CPMF, o imposto sobre cheques, que financiava a saúde, o governo não pode alegar falta de recursos, pois o Orçamento da União, neste ano, prevê R$ 91,7 bilhões para o setor, ou 17% mais que o liberado no ano passado.

É mais um, na administração pública, que sofre com problemas de gestão que deixam nossos hospitais, até mesmo os melhores, muito doentes. Com pacientes em macas nos corredores. Já foram feitos muitos diagnósticos. Não há escassez de planos, inclusive na área privada de atendimento à saúde, que pretende abrir mais dois mil leitos em Belo Horizonte, nos próximos três anos. É muito tempo, para quem já não pode esperar.

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