A entidade do terceiro setor investigada pela Receita e Polícia Federal por fraudar licitações em 11 estados recebeu, por intermédio do governo de Minas, mais de R$ 31 milhões em 2010. Naquele ano, o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC) celebrou 15 contratos com dois institutos e três secretarias. O bloco de oposição na Assembleia Legislativa está colhendo assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar esses contratos firmados com o Executivo estadual. O objetivo é investigar se os serviços foram prestados. Parte da verba, cerca de R$ 21,5 milhões, refere-se à transferência da União, R$ 1,8 milhão de convênios e R$ 8,5 milhões de recursos ordinários. Os serviços prestados pelo IMDC foram de construção de cisternas, cursos de formação e capacitação e consultoria. O Instituto de Terras (Iter) fechou seis contratos com a ONG no valor total de R$ 1,7 milhão. Desse montante, três contratos foram pagos com recursos ordinários, um com recursos diretamente arrecadados e outros dois com convênios. Operação Grilo Na época, o Iter estava sob a responsabilidade de Manoel Costa, ex-secretário de Regularização Fundiária que foi exonerado depois de envolvimento na operação Grilo, contra uma quadrilha de grileiros, em 2011. O Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (Idene) firmou sete contratos com o IMDC, em 2010, no valor de R$ 25,8 milhões. São cinco contratos com os programas ProJovem e Cidadão Nota Dez. O ProJovem foi a grande fonte de recursos do IMDC junto ao Ministério do Trabalho e culminou na prisão de um assessor e na demissão do número dois da pasta, Paulo Roberto Pinto. O IMDC também realizou projetos para as secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Esportes e Juventude. Oscip renovada A secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) renovou em julho o credenciamento do IMDC com a Oscip. Com a medida, a entidade pode contratar por mais três anos com o governo de Minas.