Justiça tenta anular despejo de tribo em MS

Vannildo Mendes
30/10/2012 às 10:46.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:42
 (Valter Campanato/ABr)

(Valter Campanato/ABr)

O Ministério Público Federal desencadeou nesta segunda-feira (29) uma ofensiva nas três esferas do Poder para evitar uma tragédia com 170 índios de uma aldeia guarani caiová ameaçados de despejo da fazenda que ocupam em Mato Grosso do Sul, por ordem judicial. Com histórico de suicídio, eles ameaçam resistir até a morte e vêm sendo alvo de hostilidades dos fazendeiros da região.

O drama dos caiovás foi relatado ontem cedo, no Planalto, em uma reunião entre os líderes indígenas e a presidente Dilma Rousseff, acompanhada do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Dilma manifestou solidariedade à causa e Cardozo relatou as providências da Funai para reverter a liminar, concedida aos fazendeiros pela Justiça Federal em Naviraí, comarca onde fica a fazenda ocupada pelos índios.

A situação na região agravou-se esta semana com o suicídio de um jovem de 23 anos, no sábado (27), e o estupro de uma índia de 14 anos, supostamente violentada por jagunços. "Eles vivem confinados numa pequena área de 2 hectares dentro da fazenda, sem assistência e sob permanente ameaça", relatou a vice-procuradora-geral da República, Débora Duprat, após receber uma delegação de líderes da etnia.

Há seis décadas essas tribos lutam pela demarcação de suas terras, que o governo do Estado distribuiu a colonos. "A situação é gravíssima e, além da ação ostensiva dos fazendeiros, contribuem para isso a omissão da Funai e a insensibilidade do Poder Judiciário, que tende a ver só um lado da questão", criticou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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