Lei eleitoral é a "mãe da corrupção", diz ministro

Vera Rosa
Publicado em 22/11/2012 às 10:39.Atualizado em 21/11/2021 às 18:30.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, chamou nesta quarta-feira (21) o financiamento privado de campanha de "maldito" e disse que a lei eleitoral é a "mãe da corrupção". Ao participar de um seminário para movimentos sociais, no Palácio do Planalto, Carvalho pregou a reforma política e afirmou que o governo enfrenta contradições internas em relação à necessidade de democratização do Estado.

"Não há outra saída se nós, de fato, não pensarmos numa profunda reforma do Estado e numa reforma política, que ataque e enfrente as questões táticas e estratégicas. Tática é esse maldito financiamento privado de campanha, essa legislação eleitoral que é, a meu juízo, a mãe da corrupção. É onde tudo começa", disse o ministro.

Colegas de partido

Sem citar o termo mensalão, Carvalho não escondeu a tristeza com a condenação de antigos companheiros pelo Supremo Tribunal Federal, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. "Nós, que estamos sofrendo esse processo que se passa no Judiciário, sabemos a dor de tudo isso", argumentou.

Mudanças

Questionado depois pelo Estado sobre o fato de ter se referido à atual lei como "mãe da corrupção", Carvalho voltou a defender mudanças. "O sistema eleitoral, do jeito que está estruturado, estabelece a dependência dos candidatos ao poder econômico", afirmou. "É uma distorção."

No seminário intitulado "Participação social e democratização do Estado: o papel político dos movimentos sociais", o ministro elogiou a iniciativa popular que culminou com a Lei da Ficha Limpa. Destacou, porém, que o financiamento público de campanha e o voto em lista são "essenciais" para a prática da "política decente".

Ex-secretário-geral do PT e ex-seminarista, Carvalho contou que foi candidato a deputado federal, em 1986, e obteve 25.077 votos. "Naquele tempo, dava para ser candidato sem dinheiro. Eu ganhava três salários mínimos. Meu lema era ‘Na luta faremos a lei’." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


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