Líder do Psol é recebido por Dilma como senador

Tânia Monteiro
01/07/2013 às 19:57.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:39

Apesar de os partidos da oposição terem recusado o convite da presidente Dilma Rousseff para uma conversa, no Palácio do Planalto, o líder do Psol no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), foi recebido em audiência. Rodrigues justificou que estava no Planalto apenas na condição de parlamentar, uma vez que o partido avisou que não iria ao encontro. Ele justificou que queria o encontro, mas sem os demais integrantes da oposição, por discordar em vários pontos da postura deles.

De acordo com Rodrigues, Dilma não se queixou do fato de a oposição ter recusado o convite e não tratou do assunto. "Nem eu me preocupei em relação a isso porque isso é uma posição em relação ao PSDB e ao DEM, e não me parece que a presidente se preocupou em relação a isso", declarou o líder do Psol no Senado. Rodrigues acrescentou: "Pelo que sei, todos os partidos foram convidados desde a semana passada, todos os líderes partidários, sejam eles da base de apoio ao governo, sejam de oposição".

A oposição afirma não ter sido convidada para a reunião e que não recebeu nenhum telefonema com o convite. O governo afirmou que PSDB, DEM e PPS recusaram o convite. O líder do Psol disse que ele e demais líderes da oposição foram chamados para a reunião com a presidente pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na terça-feira, 25. Rodrigues emendou: "Eu fui convidado junto com PSDB e DEM e eu destaquei que queria ser recebido separadamente porque minhas teses são discrepantes em relação às dos PSDB e DEM". Depois, esclareceu que o convite foi feito por Calheiros, que "disse que a presidente gostaria de ouvir os líderes da oposição".

Questionado sobre alguém lhe telefonou convidando pessoalmente, o líder disse que recebeu ligações do chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, primeiro, e depois do chefe do Gabinete Pessoal, Giles Azevedo, para confirmar o encontro. Na agenda de Dilma publicada nesta segunda-feira, ainda constava o encontro com o Psol. No início da tarde, a agenda foi modificada, mostrando que seria realizada apenas uma audiência com Rodrigues.

Até o início da noite, o PSDB insistia que em momento algum recebeu qualquer comunicado, telefonema, carta ou recado direto da administração federal convidando o a legenda para uma reunião com a presidente. O líder do Psol disse ter "divergido" da posição da executiva da sigla de recusar o convite. "Respeitosamente, divirjo", declarou. Rodrigues afirmou: "Temos de atender ao diálogo como os movimentos sociais atenderam ao chamado para estar presentes".

Mas insistiu que não queria estar com Dilma junto com os demais oposicionistas por discordar das teses deles. "Eles, por exemplo, querem referendo. Eu quero plebiscito porque acho que as ruas estão descredenciando os políticos. Acho um absurdo um Congresso que está desacreditado para fazer a reforma política que o povo não quer que ele faça. O povo quer participação direta, quer fazer esta reforma e não quer que o Congresso e os políticos a faça".

Depois de se reunir por cerca de 30 minutos com a presidente, Rodrigues afirmou que defendeu o plebiscito e que nele esteja incluído o voto em lista, o fim do foro privilegiado e do financiamento privado de campanha. "Nós dois concordamos em relação ao voto em lista e com o financiamento público de campanha", disse, dizendo que a agremiação defende há dez anos o que os movimentos sociais pleiteiam. "As posições defendidas pelas ruas são as nossas", emendou.

O senador do Psol do Amapá sugeriu a Dilma que o ex-secretário de Transportes da Prefeitura de São Paulo Lúcio Gregorim (gestão da ex-prefeita Luíza Erundina), e a secretária de Transportes de Macapá, Cristina Baddini, os defensores da tarifa zero, passassem a integrar o grupo de trabalho criado pela gestão federal para discutir transporte coletivo. Segundo Rodrigues, a presidente concordou em convidá-los para integrar o grupo, além levar em consideração a proposta de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltar a financiar empresas públicas de transporte. "Isso ajudaria na concorrência", declarou.
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