Silêncio se contrapõe a festa

Lideranças e instituições mineiras que apoiaram Bolsonaro não se manifestam

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
31/10/2022 às 08:19.
Atualizado em 31/10/2022 às 10:19
Belo-horizontinos fecharam a Praça 7, no Centro da capital, para festejar a vitória de Lula no segundo turno (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Belo-horizontinos fecharam a Praça 7, no Centro da capital, para festejar a vitória de Lula no segundo turno (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Instituições como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e a Associação Mineira de Municípios (AMM), que serviram de palco para atos de apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PL) em Minas Gerais no segundo turno, manifestaram em nota que não iriam se pronunciar, neste momento, sobre o resultado das eleições, que terminaram com a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Das seis visitas feitas por Bolsonaro a Minas no segundo turno, uma foi articulada dentro da Fiemg, em 6 de outubro, quando a entidade entregou uma carta com propostas da indústria para o candidato à reeleição. O nome do presidente da entidade, Flávio Roscoe, chegou a circular como um possível ministro em um novo governo de Bolsonaro, que não se concretizou.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos cumprimentou Lulae Geraldo Alckmin e disse que“o setor bancário, que se posiciona com pautas voltadas para o desenvolvimento do país, está à disposição para colaborar com o novo governo”

Outras duas visitas de Bolsonaro a Minas Gerais tiveram participação da AMM. Em uma delas, em 14 de outubro, uma carta com “propostas municipalistas” foi entregue a Bolsonaro. Segundo a entidade, mais de 600 prefeitos teriam participado do encontro. Contudo, a reunião resultou em críticas de prefeitos mineiros associados à AMM, mas que não estavam alinhados com Bolsonaro, como a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT). Por causa disso, a associação não declarou apoio formal a nenhum dos candidatos.

Lideranças políticas do Estado, como o presidente da AMM e prefeito de Coronel Fabriciano, Doutor Marcos Bizarro (PSDB), e o senador eleito por Minas, Cleitinho Azevedo (PSC), que foi um dos principais apoiadores de Bolsonaro no Estado, também evitaram tecer comentários sobre os resultados da eleição.

Eles seguem o exemplo do próprio Jair Bolsonaro, que até o encerramento desta edição não havia se pronunciado sobre a derrota nas eleições.

Oposição 

Por outro lado, o deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL), parlamentar mais votado do Brasil nestas eleições, foi às redes sociais para dizer que “os gritos de comemoração de hoje vão se tornar de desespero amanhã”. O jovem parlamentar disse que se hoje não elegeram um presidente de direita, talvez consigam amanhã. “Eles conhecerão o que é oposição”, afirmou.

O governador Romeu Zema (Novo), principal liderança bolsonarista em Minas no segundo turno, também utilizou as redes sociais para se manifestar. Ele parabenizou o presidente eleito, Lula, que assumirá seu terceiro mandato no próximo ano. “Desejo sucesso ao presidente eleito. Seguirei cobrando que Minas seja prioridade, como merece. Estarei aberto ao diálogo para que o Brasil possa crescer com trabalho, honestidade e respeito”, afirmou.

Após acompanhar a apuração dos votos na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília, deixando inclusive de votar em Belo Horizonte, o senador mineiro e presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, optou por não se envolver no processo eleitoral. Mas, encerradas as eleições, ele esteve ao lado do presidente do TSE para fazer um balanço das eleições.

Logo em seguida, Pacheco foi ao Senado para parabenizar os candidatos que disputaram o pleito, em especial, Lula e Geraldo Alckmin (PSB), pela vitória nas eleições.

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