Mesmo com o pedido do PT nacional para que o PMDB ‘apare as arestas’ que possam impedir a aliança entre as duas siglas nos Estados para o palanque da pré-candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e, em Minas, pelo ex-ministro Fernando Pimentel (PT), o comando peemedebista regional nega qualquer possibilidade de interferência da cúpula do partido.   O alto comando peemedebista argumenta que a liberação de alianças para as disputas regionais em momento algum pode significar um alinhamento de líderes no estado às campanhas presidenciais adversárias, como a do presidenciável Aécio Neves (PSDB).    No entanto, para o presidente do PMDB mineiro, Antônio Andrade, sequer haveria clima para candidatura própria. Andrade, que inclusive já manifestou apoio a Pimentel, dá como certa a dobradinha, com a aprovação não só de Rui Falcão quanto de Michel Temer, presidentes, respectivamente de PT e PMDB nacionais. O ex-ministro é o nome mais cotado para ser vice na chapa com Pimentel.    “Já está tudo selado. Há 30 dias, quando nos reunimos na casa do Michel Temer com lideranças do PT, em Brasília, a bancada federal do PMDB não estava 100% convencida de que deveríamos fechar com Dilma e com o ex-ministro Fernando Pimentel (PT) em Minas, mas é um casamento duradouro, bom para os dois lados, e já está cravado”, afirmou Andrade. Sobre o pedido de uma ala do PMDB para lançar candidato ao Palácio Tiradentes, Antônio Andrade disse “não conhecer” quem está à frente desse movimento.   O deputado federal Saraiva Felipe (PMDB), que há até pouco tempo era um dos mais incisivos defensores da candidatura própria, disse que falta apenas a formalização em convenção. Para o também deputado federal Newton Cardoso (PMDB), que era contra a união com o PT, o acordo foi selado por ele próprio, e não por Andrade. “Acertei com Michel Temer e com o presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, a aliança”, conta.    Da parte do PT, segundo o deputado federal Miguel Corrêa, não há qualquer pressão sobre o PMDB. “É difícil falar sobre outro partido, mas intervenção federal aconteceu pouquíssimas vezes na história no Brasil. Estamos dando liberdade ao PMDB. Não tem pressão nenhuma. E para nós, o PMDB em Minas deixou claro que vai caminhar conosco”.   “DISSIDENTES”   Andrade informou ainda que deu um prazo para que o senador Clésio Andrade (PMDB), que retirou a pré-candidatura em favor da aliança com o PT, definisse seu posicionamento. “Tem muito tempo que não falo com ele, mas demos um prazo para ele decidir o que vai fazer. Vamos aguardar um pouco”.   Depois da tensão entre Antônio Andrade e o deputado federal Leonardo Quintão – que levou à dissolução do diretório de BH, presidido por Quintão – o presidente do PMDB em Minas confirmou, nessa terça (20), que o comando na capital foi reativado. Segundo Andrade, não foram prometidos cargos nem feitos “acordões” com Quintão, mas apenas “conversas políticas”. Newton Cardoso, no entanto, garante que ainda não tem diretório em BH e que “Quintão está isolado”.    Encontro de lideranças   Na tentativa de mostrar unidade do PMDB, Michel Temer, presidente licenciado da sigla e que trabalha pela aliança com o PT, apresentou semana passada ofícios de apoio assinados pelos convencionais dos diretórios de Minas e de São Paulo. Também advogou a tese de que a sigla respeite as peculiaridades eleitorais dos Estados nas coligações, desde que haja a defesa do projeto nacional.   Em Minas, o próximo encontro entre petistas e peemedebistas será na comemoração do aniversário do deputado federal Newton Cardoso (PMDB), na casa dele em Contagem. A assessoria de imprensa do ex-ministro Fernando Pimentel já confirmou a presença do pré-candidato ao governo e há uma possibilidade de que o presidente do PMDB estadual, Antônio Andrade, compareça.   O convite também foi feito a Temer e Valdir Raupp, já que o filho do deputado federal, o empresário Newton Cardoso Júnior, será apresentado na ocasião como postulante a uma vaga na Câmara dos Deputados.

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