Nem os fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) nem a presença de policiais militares inibiram a prática de boca de urna na escola na qual votou hoje pela manhã o candidato a vice-prefeito na coligação de Eduardo Paes (PMDB), Adilson Pires (PT), em Bangu, na zona oeste da capital fluminense.
Os dois chegaram juntos ao local, pouco depois das 11 horas. Na porta da escola, diversos eleitores distribuíam santinhos de candidatos a vereador e a prefeito. A cena se repetia nos arredores. Em frente à escola, as ruas estavam tomadas por panfletos e pessoas circulavam a pé, em automóveis e motocicletas carregando bandeiras.
Perguntado sobre a prática ilegal, um funcionário do TRE-RJ que trabalhava no local disse que os fiscais não atuam mais incisivamente por receio de represálias de traficantes que, segundo ele, percorreram a região neste sábado portando fuzis. A reportagem não presenciou nenhuma cena desse tipo hoje.
O fiscal, no entanto, mostrou condescendência com as manifestações. "Prender para quê? Eles estão aqui ganhando o dinheirinho deles. Tem de prender quem passa com fuzil", afirmou. Ao chegar, Paes e Pires foram aplaudidos e cercados por eleitores. Quando as pessoas começaram a gritar frases de apoio à candidatura, assessores de Paes tentaram conter as manifestações e o próprio candidato pediu aos eleitores que parassem, alertando-os que poderiam ser presos.
Antes de chegar a Bangu, Paes votou em São Conrado e depois percorreu bairros da zona oeste do Rio. O prefeito deixou o local em uma van, acompanhado de sua equipe. Segundo a assessoria do candidato, ele acompanhará a apuração dos votos na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito, no Alto da Boa Vista.
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