Os próximos 20 dias serão propícios a “revelações” que atingem alguns candidatos a prefeitos e também os principais apoiadores desses candidatos, como a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o senador Aécio Neves, entre muitos outros políticos que se destacam atualmente. Os leitores precisam ficar atentos, para não serem ludibriados no momento em que decidem seu voto.
Parece fazer parte de um cenário de intrigas pré-eleitorais reportagem de capa da revista “Veja” que se tornou notícia para jornais neste fim de semana. O site do Hoje em Dia publicou, no sábado (15), texto a esse respeito, enviado pela Agência Estado. A revista atribui a parentes, amigos e associados de Marcos Valério, sem citar nomes das fontes, as informações que basearam a acusação atribuída a ele de que Lula chefiava o esquema do mensalão e que o PT usara R$ 350 milhões desse esquema.
Reportagens sem fontes identificadas ou documentos comprobatórios podem ter influência nas urnas, desde que o veículo tenha grande credibilidade, o que parece não ser o caso. Pois essa revista tem-se destacado, nos últimos anos, pela oposição ao PT e a seus dirigentes, sem demonstrar compromisso com a veracidade dos fatos. Sendo assim, a nova “revelação” só convence os já convencidos.
Apesar disso, há quem queira tirar proveito. O candidato tucano a prefeito de São Paulo, José Serra, ex-ministro do Planejamento no governo Fernando Henrique Cardoso, tem interesse em enfraquecer o PT. Para chegar ao segundo turno das eleições, deverá ter mais votos no dia 7 de outubro do que o candidato petista, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação no governo Lula. No sábado à tarde, em entrevista à imprensa, Serra defendeu que o Ministério Público e a Justiça investiguem os relatos publicados pela revista.
O candidato valorizou as denúncias. Mas o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, negou às agências Folha e Globo que seu cliente tenha dado entrevista à revista. Ao site G1, o advogado José Luís de Oliveira Lima disse que seu cliente, José Dirceu, citado pela revista como “braço direito” de Lula no esquema do mensalão, “nega taxativamente” qualquer dos fatos mencionados na reportagem, que classificou como “uma matéria fraca, sem fatos e sem documentos”.
É esperar para ver se até 7 de outubro surge na imprensa outra reportagem forte, com fatos e documentos. Do contrário, faz bem o eleitor que não leva em conta tais “revelações” ao votar.