Marina "lava as mãos" sobre candidatura própria em Minas

Ana Flávia Gussen - Hoje em Dia
25/04/2014 às 07:41.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:17

(Flickr Marina Silva Ofical/Divulgação)

A ex-senadora Marina Silva (PSB) vai deixar nas mãos de Eduardo Campos a decisão sobre uma eventual candidatura própria do partido ao governo de Minas. Na última quinta-feira (24), ela se reuniu em São Paulo com o pré-candidato Apolo Heringer e com o representante da Rede Sustentabilidade em Minas, Paulo Emílio, para falar sobre as eleições.

Marina, Apolo e Emílio pertencem ao grupo político que tentou fundar a Rede, mas não obteve o número mínimo de assinaturas de eleitores para obter registro. Assim, todos estão filiados ao PSB de Eduardo Campos.

De acordo com Heringer, Marina não deu garantias da candidatura própria e afirmou que é subordinada a uma “aliança” com os socialistas. “Ela tem as limitações dela, então disse que os interesses do PSB nacional e de Minas têm que ser respeitados”, contou Apolo.

Apesar disso, Marina confirmou apoio ao nome de Apolo Heringer em Minas. “Ela reafirmou o apoio à minha candidatura e disse que está trabalhando fortemente junto a Campos para um desfecho favorável. Ela não pode impor ao PSB tudo que pensa, mas está interessada em uma candidatura em Minas Gerais”.

Entregar a decisão para Campos e o presidente estadual do PSB, Júlio Delgado, não empolgou os defensores da candidatura própria. Isso, porque Delgado é aliado do senador Aécio Neves (PSDB) e já mostrou interesse em apoiar a candidatura de Pimenta da Veiga ao governo de Minas.

Já Campos, como se especula nos bastidores, teria um pré-acordo com Aécio para que sejam formados palanques duplos em Minas e em Pernambuco. O acordo não é confirmado pela cúpula socialista.

Pressão

Apolo foi nomeado coordenador-geral da Rede em Minas a fim de dar mais peso para sua pré-campanha e pressionar o PSB, segundo nota encaminhada à imprensa. Eles também levaram à Marina os prejuízos políticos que a falta de um palanque próprio para Campos em Minas pode acarretar. Eles pediram uma audiência com Eduardo Campos em caráter de urgência.

Neste domingo, o grupo político que quer fundar a Rede em Minas realiza sua convenção, mas sem a presença de Marina. De acordo com Apolo, ela enviará representantes e uma nota de apoio à candidatura própria. A convenção do PSB será realizada em junho.

Cobiçado para aliança, PRB ganha mais cargo

A troca de um delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Minas gerou mal estar dentro do PT. O motivo é que a mudança tirou um indicado petista do cargo e passou para um nome do PRB.

Petistas acreditam que a troca tenha caráter político, uma vez que a legenda está sendo cotada para integrar a aliança. O novo delegado é Ricardo Sapi, aliado do deputado federal e presidente do PRB de Minas George Hilton.

“Essa troca foi política e só mostra como a campanha de Pimentel está agindo. Tiraram um técnico e um petista para colocar uma pessoa de outro partido. Até mesmo Miguel Rosseto (ministro) não ficou satisfeito”, declarou um funcionário do MDA em Minas. De acordo com ele, o antigo delegado, Alcides Guedes Filho, era indicado pela tendência Democracia Socialista do PT.

A delegacia é o braço do ministério em Minas e é responsável por todas as políticas públicas ligadas ao campo. A deputada federal Margarida Salomão, da Democracia Socialista, lamentou a troca, mas negou que seja um “loteamento” de cargos. “Lamentamos a troca, mas toda a antiga equipe vai permanecer, mantendo a qualidade do trabalho”. Por meio de sua assessoria, o PT informou que a mudança faz parte de uma decisão “executiva do ministério”. (AFG) l 

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