Modernizar a infraestrutura é o desafio mineiro para a presidente

Bruno Moreno - Hoje em Dia
27/10/2014 às 07:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:47

(carlos rhienck - 08/01/2014)

Quando Dilma Rousseff tomar posse, no dia 1º de janeiro, várias demandas de todo o país serão colocadas na mesa de negociação. Mas, em que medida a eleição presidencial terá impacto em quem vive em Minas Gerais? Qual o real poder da presidente para melhorar a vida de cada um dos 20,7 milhões de mineiros?

Para montar esse quadro, o Hoje em Dia conversou com especialistas de diversas áreas e traçou os principais temas em que a eleita poderá ter influência na melhoria da qualidade de vida dos mineiros. Há recursos federais que são transferidos ao Estado “automaticamente”, ou seja, é obrigação da União repassá-los para áreas como Educação e Saúde.

Mas há margem para investir, e é justamente esta verba extra que pode fazer a diferença entre uma presença forte ou de uma participação fraca da presidente no desenvolvimento de Minas Gerais.

Atualmente, esses recursos extras estão principalmente alocados ou prometidos nos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que reúne demandas muito antigas dos mineiros, como a duplicação de rodovias, projetos de mobilidade, energia elétrica e o metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Além dos investimentos, uma pauta tida como fundamental é que a presidente atue fortemente na retomada do crescimento e na diversificação da economia mineira.

De acordo com o cientista político Carlos Ranulfo, professor da UFMG, há uma série de compromissos que são institucionais, que não poderão ser desfeitos. “Mas tem coisas que foram apalavradas, mas não garantidas ainda. O presidente sempre tem o poder de direcionar um recurso para um Estado”, explica.

Para Ranulfo, há demandas do Estado que são muito antigas e devem entrar em na pauta, como mobilidade urbana, a duplicação e melhorias do anel rodoviário e a duplicação em estradas. “A ampliação do metrô (de BH) é tão antiga que não tem como deixar de ser feita”, argumenta.

Mas, claro, é preciso ter dinheiro. “Tudo isso depende de recursos. Acho que ano que vem o mandato vai ser difícil. Estamos em crise, e não vai terminar cedo. Temos ainda uns dois anos. A presidente não vai ter folga orçamentária”, avalia.


Articulação

Com o novo cenário eleitoral definido, a partir de 2015 novas configurações políticas serão costuradas entre os governadores, o Legislativo e a Presidência. Em Minas Gerais, a tendência é a de que o governador eleito, Fernando Pimentel (PT), busque manter a parceria com Dilma Rousseff. Com isso Minas, que é o Estado mais importante do PT, pode se tornar vitrine para o partido.

Em um país como o Brasil, que é uma federação, há uma “certa influência quando você tem governador e presidente do mesmo Estado, mas não é determinante”, opina Ranulfo. “Quando se tem um aliado é outra história. Têm influência o alinhamento partidário, a disponibilidade orçamentária e os compromissos”, avalia.

Para o professor do Ibmec e Doutor em Relações Internacionais, Oswaldo Dehon Roque Reis há grande possibilidade uma parceria efetiva. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por