Moro diz que 'Lava Jato' não é culpada por crise e pede protesto pacífico

Folhapress
Publicado em 10/03/2016 às 09:05.Atualizado em 16/11/2021 às 01:45.

O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da "Lava Jato" em Curitiba, afirmou que a operação que investiga o esquema de corrupção na Petrobras não é responsável pela crise econômica do país e disse esperar que as manifestações previstas para o domingo sejam pacíficas.

A declaração foi feita na noite dessa quarta-feira (9) durante palestra do magistrado em evento para empresários da Lide Paraná, entidade que tem como coordenador nacional João Dória, pré-candidato pelo PSDB à Prefeitura de São Paulo.

"As investigações têm sofrido acirrados ataques. Houve até quem atribuiu a 'Lava Jato' à recessão atual", afirmou Moro. "Fico consternado com esse quadro econômico, de recessão e desemprego. Acredito que a culpa não é da 'Lava Jato'." Segundo Moro, o fato de haver movimentos favoráveis do mercado financeiro quando há operações da Polícia Federal, "para mim, é um indicativo que a 'Lava Jato' não é exatamente um problema".

Ao introduzir a palestra com Moro, o responsável pelo Lide Paraná Fabrício de Macedo convidou o público a participar do protesto no próximo domingo (13), coordenado em todo o Estado. Imediatamente foi aplaudido pelos cerca de 200 convidados.

Em sua fala, Moro fez uma referência aos protestos agendados, mas no sentido de esperar que as manifestações, "seja de um grupo ou seja de outro", aconteçam "sem violência ou incitação de discursos de ódio", mas em tom de tolerância, naquele "comportamento amigável de como o brasileiro é conhecido no exterior".

Família

O juiz se disse incomodado com declarações que encontrou na internet sobre sua família. "Há muita bobagem na internet, sem menor correspondência na verdade".
Entre elas, citou como mentira textos que dizem que seu pai foi o fundador do PSDB em Maringá (PR), sua cidade natal.

Nessa terça-feira (8), ao receber homenagem na Câmara de Maringá, a mãe do juiz Odete Starke Moro chegou a ser vaiada por parte do público, mas também recebeu longos aplausos do plenário, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

À Folha de S.Paulo ela negou que o marido tivesse ligação com a fundação do PSDB e Maringá e afirmou "que as pessoas querem ligar o Sergio ao PSDB".

"Um maluco publicou que meu pai era fundador do PSDB de Maringá", afirmou o magistrado. "Ele dedicou sua vida toda ao trabalho acadêmico, foi uma das pessoas mais honestas que conheço, nunca teve ligação mínima, zero, com partido. Nem eu".

Na palestra aos empresários, o magistrado lembrou que não é possível ser "meio honesto" e conclamou o setor privado a não esperar que o governo regulações a práticas corruptas, mas que as próprias empresas adotem condutas de combate a atos ilícitos.

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