(José Cruz / Agência Brasil)
O Ministério Público Federal investiga a possibilidade de irregularidades no repasse de verbas do Ministério da Saúde, via emendas parlamentares, para diversos municípios da região Noroeste de Minas Gerais. A investigação é semelhante àquela que desencadeou a operação ‘Sanguessuga’, no Leste mineiro, em 2006.
Já existe um inquérito civil público em andamento para apurar os convênios firmados pelas prefeituras. Ele é conduzido pela Procuradoria da República, em Patos de Minas. Porém, como ela foi dividida, abrindo uma unidade em Paracatu, o Ministério Público Federal desmembrou o inquérito em vários outros, individuais.
Na quinta-feira (20), foi publicado no ‘Diário Oficial da União’ a abertura de procedimento nA investigatório para analisar a situação das prefeituras de João Pinheiro e Urucuia.
De acordo com a portaria, em ambas as cidades existem convênios firmados para aquisição de unidades móveis, ou ambulâncias, com suspeita de irregularidades. Os convênios foram assinados pelo Ministério da Saúde, que fez o repasse do dinheiro. Parlamentares solicitaram o procedimento por meio das emendas. Tais convênios constam da lista de “inadimplentes” do Portal da Transparência, do governo federal. Isso significa que o governo federal já detectou algum tipo de falha na prestação de contas ou do serviço.
Repasses
Em Urucuia, foram repassados R$ 92 mil para a compra de duas ambulâncias. Segundo o Ministério Público Federal, a administração apresentou documentos que dizem ter adquirido duas unidades móveis ao valor de R$ 39,9 mil cada.
Em João Pinheiro, o Ministério da Saúde liberou R$ 28 mil para adquirir a ambulância. A documentação da prefeitura dá conta de uma aquisição de R$ 39,9 mil.
Parlamentares
A Procuradoria da República solicitou à Junta Comercial cópia dos contratos sociais das empresas que participaram das licitações. Também pediu ao Ministério da Saúde que informe o nome do parlamentar autor da emenda.
O Hoje em Dia tentou contato com o procurador José Lucas Perroni Kalil, responsável pelas investigações, mas não obteve êxito. Em Patos de Minas, a informação é a de que ele estava em Belo Horizonte. Na capital mineira, o ramal telefônico do procurador não estava disponível.