O lobista Nilton Monteiro, conhecido como autor da "Lista de Furnas", é alvo de nova denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, datada de 12 de novembro. Segundo reportagem da revista "IstoÉ", nas últimas semanas, o promotor criminal André Luiz Garcia de Pinho descobriu, em um dos computadores de Monteiro, que ele dispunha de "outra lista de Furnas, elaborada com nomes políticos ligados ao PT".
A primeira lista denunciava que candidatos às eleições de 2002 pelo PSDB receberam dinheiro público da Estatal para bancar despesas da campanha. Perícias da Polícia Federal, no entanto, apontaram que o documento era falso. O lobista está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Em entrevista à publicação semanal, o promotor Pinho afirmou que Monteiros seria o chefe de uma quadrilha de cinco pessoas, entre elas, o editor do jornal eletrônico "Novo Jornal", Marco Aurélio Flores Carone, para tentar "imprimir veracidade" a documentos falsos, fraudados pelo bando.
Segundo o promotor, os golpes de Monteiro em "vítimas da quadrilha", entre elas, o ex-deputado Sérgio Naya, o ex-presidente de Furnas, Dimas Fabiano Toledo e Andréa de Cássia Vieira de Souza, atinge cerca de R$ 1,3 bilhão. "Esse cidadão não tem jeito. É, com certeza, um dos maiores falsários do País", disse Pinho à IstoÉ. "O NovoJornal atua como verdadeiro balcão para intimidação das vítimas da quadrilha, disseminação de papéis falsos criados pelo bando e divulgação de matérias enaltecendo o chefe dos quadrilheiros", informa a denúncia do MPMG, segundo a revista.
O advogado de Nilton Monteiro, William Ferreira de Souza, disse ao Hoje em Dia que desconhece a denúncia do MPMG revelada pela IstoÉ. "Não tenho conhecimento de que meu cliente tenha um possível relacionamento com o sr. Carone. Juridicamente, a situação de Nilton Monteiro está bem encaminhada e temos a convicção de que ele será absolvido, já que a própria Polícia disse que não é possível fazer perícia do documento (Lista de Furnas do PSDB) e da assinatura, por se tratar de uma cópia", disse.