Nova queda de Dilma Rousseff acende sinal de alerta

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
Publicado em 10/05/2014 às 07:40.Atualizado em 18/11/2021 às 02:31.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (9) mostra que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem 37% das intenções de votos dos eleitores, contra 20% de Aécio Neves (PSDB) e 11% de Eduardo Campos (PSB). O levantamento acendeu um ‘sinal de alerta’, tanto no Palácio do Planalto quanto no PT, principalmente porque também aponta um crescimento, mesmo que pequeno, da oposição na disputa.
 
A menos de seis meses do pleito, a petista não se consolidou com aprovação popular maior de 40%, considerada mínima para um candidato à reeleição, segundo especialistas. Por outro lado, Aécio e Campos têm crescido em meio a notícias de alta da inflação e a denúncias na Petrobras, que culminaram com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
 
De acordo com o diretor de Pesquisas do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, para se reeleger Dilma deveria apresentar, neste momento, menos de 40% de rejeição do eleitorado. Essa rejeição poderá aumentar com eventuais manifestações durante a Copa do Mundo. No levantamento do Datafolha de ontem, essa taxa estava em 43%.
 
“O governo não tem mais o que fazer na macroeconomia. A queda de Dilma nas pesquisas é consistente e tende a continuar, baseada na inflação de cerca de 6% ao ano, em um Produto Interno Bruto (PIB) de 2% nos três últimos anos”, afirmou. Segundo Guedes, já são sete milhões de famílias, ou ainda, 21 milhões de eleitores na linha da pobreza.
 
“O esgotamento das políticas econômicas e sociais levam o cidadão ‘órfão’ a depositar sua confiança na oposição”, acrescentou, referindo-se à aposta de Aécio em se apresentar como alternativa de mudança para o Brasil.
 
Para o diretor da MDA Pesquisa, Marcelo Costa Souza, o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, tem conseguido “avanços pequenos, mas interessantes”, mesmo que de um ponto percentual. O socialista aparece em terceiro com 11%, um ponto a mais do que em abril. Votos brancos e nulos somam 16%, enquanto 8% dos entrevistados responderam que estão indecisos.
 
Marcelo Souza credita o desempenho de Dilma nas pesquisas divulgadas nas últimas semanas à “falta de representatividade”, manifestada pelo eleitor.
 
Segundo Ricardo Guedes, do Sensus, Eduardo Campos e a aliada Marina Silva não conseguiram ampliar a margem de intenção de votos pois “somam mais resistências do que apoio”. “No PSB há esse desgaste entre os filiados de fato e os seguidores da Marina”, disse.
 
Indecisos
 
Para o cientista político Malco Camargos, o fato de os votos brancos ou nulos estarem em torno de 20% ainda não é preocupante, já que a campanha só vai começar, de fato, no mês de julho. “Por esse momento, isso não tem a menor importância. O fato é que o noticiário está muito ruim para a Dilma, pelo desempenho na economia, e a propaganda do PSDB na TV prestigiou o nome de Aécio, bem como o papel dele na CPI da Petrobras, por exemplo”, afirmou. 
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