BRASÍLIA – Em seu primeiro discurso no Itamaraty, o novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, defendeu nesta quarta-feira (28) o respeito e a preservação da hierarquia na casa. A afirmação ocorre no momento da crise deflagrada pela retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil na Bolívia, por decisão do encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia. Asilado na embaixada há cerca de um ano e meio, o senador deixou o país na última sexta-feira (23), com a ajuda do diplomata brasileiro, e veio para o Brasil. Pinto Molina não recebeu salvo-conduto do governo boliviano.
“A hierarquia não exclui o debate de ideias. Queremos um Itamaraty [Ministério das Relações Exteriores] arejado e aberto a novos conceitos, mas o debate de ideias não substitui a obediência à institucionalidade”, ressaltou Figueiredo Machado, durante a cerimônia de transmissão de cargo, na presença de diplomatas brasileiros e estrangeiros.
Figueiredo substitui Antonio Patriota, que ficou dois anos e oito meses no cargo. A definição foi anunciada na segunda-feira (26), após a revelação de que a saída do parlamentar boliviano foi organizada pelo diplomata Eduardo Saboia. Para setores do governo, como a decisão foi tomada aparentemente de forma pessoal, houve quebra de hierarquia.
O novo chanceler ocupava a função de representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Para a ONU, irá Patriota. Nos discursos de hoje, ambos se chamaram de amigos e companheiros de trabalho. Os dois trabalharam juntos, no começo da carreira, nas Nações Unidas.
De manhã, ao tomar posse, Figueiredo disse que é um desafio suceder Patriota na pasta. Ele tem como meta é intensificar a atuação do ministério no esforço para a inclusão social e proteção do meio ambiente. Em um discurso breve, ao lado da presidenta Dilma Rousseff, Figueiredo agradeceu a confiança e se disse honrado em ser o novo chanceler brasileiro.