O Estado contra o crime

Hoje em Dia
25/03/2014 às 07:47.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:50

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, interpretou os ataques contra Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) como uma tentativa clara de desmoralizar a política adotada por seu governo. Por isso, não ficou constrangido em pedir apoio às forças federais.

A ideia é de que, com essa união, o Estado será mais forte que o crime organizado. No fundo, está a compreensão de que um Estado não é capaz, isoladamente, de impedir o aumento da criminalidade. É necessária uma ação global contra o foco do problema, que já teria sido identificado: as drogas ilegais.

A produção e a venda dessas drogas rende dinheiro mais do que o suficiente para corromper policiais, juízes e políticos. E para atrair cada vez mais jovens, sempre prontos a ocupar o lugar deixado vago pela morte ou prisão de um distribuidor das drogas, porque o tráfico paga mais que os empregos oferecidos a eles pelo mercado de trabalho.

Ontem, Sérgio Cabral e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deram entrevista coletiva, ao lado do chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, sobre a operação conjunta de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Ela ficará restrita às 16 favelas do complexo da Maré. Uma área considerada estratégica para o Rio, pois fica próxima do aeroporto do Galeão e por ela passam três importantes vias urbanas – a Linha Vermelha, a Linha Amarela e a avenida Brasil.

As autoridades não deram detalhes sobre a operação, tais como início e fim, efetivo a ser empregado e o papel que terá cada órgão envolvido: polícias estaduais – militar e civil –, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Exército. Mas o ministro da Justiça garantiu que a operação continuará até quando for necessária. O governador afirmou que no segundo semestre será instalada na Maré a 38ª UPP.

O efetivo inicial previsto nessa UPP é de 1.500 policiais, segundo o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, responsável por essa política de ocupação das favelas cariocas. Ele disse que o governo estadual vai ocupar as favelas e em seguida passará o comando para o Exército. A Maré é um grande território de dominação do tráfico de drogas, afirmou Beltrame. O que se pretende “é mostrar para o tráfico que o Estado tem força”.

Não podemos ficar omissos diante dessa demonstração de força no Estado vizinho. Pode haver fuga de criminosos do Rio para Minas, que já tem motivos suficientes para se preocupar com a situação atual. Os criminosos estão cada vez mais ousados, a exemplo do que ocorreu na madrugada de ontem em Ribeirão das Neves, quando armas do Estado foram roubadas.

A Secretaria de Estado de Defesa Social informou que agentes foram dopados e 39 pistolas e seis submetralhadoras, além de centenas de balas, levadas da Central de Escoltas do Presídio Antônio Dutra Ladeira. É um crime que precisa ser bem investigado.

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