O novo bloco de oposição na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), formado por parlamentares do PSDB, PP, DEM e PSD, ameaça interpelar o governo do PT na Justiça, após declarações de aliados de que não haveria dinheiro em caixa para pagar o funcionalismo. Nesta terça-feira (6), em coletiva na ALMG, os deputados tucanos Luiz Humberto, João Leite, Lafayette Andrada, Gustavo Valadares, além de Duarte Bechir (PSD), Gustavo Corrêa (DEM) e Gil Pereira (PP), reapresentaram a nota divulgada nos últimos dias pelo governo de Alberto Pinto Coelho (PP) alegando que foram deixados cerca de R$ 3,980 bilhões em caixa, para quitar os salários de dezembro dos servidores, previsto para a próxima quarta-feira (7).
De acordo com o ex-líder de governo, deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), o novo secretrário de Planejamento, Helvécio Magalhães, está falando "inverdades". No último dia 1º, Magalhães disse que o pagamento do salário era prioridade, mas que, até então, pelas informações sobre a situação financeira do Estado, não havia disponível os R$ 2 bilhões necessários para pagar a folha.
"É tanta mentira que a gente fica preocupado. O novo governo, em vez de descer do palanque, fica falando inverdades", disse Luiz Humberto. Segundo o deputado Gustavo Corrêa (DEM), ele espera que Pimentel "dê um pito" no novo titular do Planejamento, já que, desde 2003, o Estado têm feito todos os pagamentos do funcionalismo no 5º dia útil de cada mês. "Essa interpelação seria exigir que ele, o governador, ou os secretários, comprovem que não tinha dinheiro nas contas do governo no dia 31 de dezembro".
A nota divulgada mostra que dos R$ 3,9 bilhões alocados no último dia do ano passado estão distribuídos em bancos, em fundos de investimento, em contas únicas e em títulos do BDMG. Na semana passada, matéria publicada pelo Hoje em Dia apontou que no dia 1º de janeiro foi disponibilizado no Portal da Transparência do governo estadual a informação de um déficit de R$ 1,5 bilhões nos cofres públicos, diferença entre o que foi arrecadado, R$ 70.003.660.949,43, e o que foi gasto efetivamente, R$ 71.574.506.738,07.
Procurado pela reportagem, o deputado estadual Rogério Correia (PT) rebateu as críticas dizendo que o governador recém empossado solicitou que fosse pago, "acima de tudo", o salário dos servidores. O pagamento de fornecedores poderia, conforme o parlamentar, sofrer atrasos. "Temos R$ 700 milhões em conta e mais o que entrar com a arrecadação de janeiro. Temos uma situação ruim no Estado e uma dívida de cerca de R$ 100 bilhões que começam a ser pagos agora, em 2015. A Auditoria já anunciada por Pimentel vai fazer o levantamento dessa situação precária". "O papel da oposição é sempre criticar. O PSDB é uma espécie de ave agorenta que quer que tudo dê errado", acrescentou.
Pagamento garantido
Pagamento garantido
Mesmo com a possível dificuldade financeira, o governo de Minas, em nota, anunciou na tarde desta terça-feira que não haverá atraso no pagamento dos salários do funcionalismo público estadual. "Por considerar prioridade o pagamento dos servidores públicos, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais informa que o pagamento do funcionalismo será realizado na próxima quinta-feira, quinto dia útil do mês, conforme previsto".