Oposição usa mensalão como boia de salvação, diz Déda

Daiene Cardoso
02/08/2012 às 17:25.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:04

O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), declarou nesta quinta-feira (2) não ter dúvidas de que a oposição fará uso político do julgamento do mensalão porque é um "deserto de ideias". Segundo Déda, por ter dificuldade em apresentar propostas, a oposição precisa criar fatos para interferir no debate nacional.

"Embora a oposição esteja vendo no julgamento uma boia de salvação por causa da sua ausência de propostas, tenho a plena convicção de que o governo Lula está incorporado à história brasileira", disse o governador. Na opinião dele, o julgamento do ex-presidente Lula foi feito pela população com a eleição da presidente Dilma Rousseff em 2010.

Déda acompanhou uma homenagem da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) e da União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um hotel na zona sul da capital paulista. Ao deixar o evento, Lula disse que não acompanharia o julgamento pela TV porque tinha mais coisas para fazer. "Eu estou trabalhando, meu filho", respondeu a um jornalista.

Ao sair em defesa de Lula, Déda disse que o ex-presidente "não é juiz, advogado, nem réu" do processo, mas que "como qualquer brasileiro", vai acompanhar o julgamento. "Há um tema na agenda, mas isso não é uma obsessão", rebateu.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, evitou falar no assunto, mas destacou que o uso do tema no debate eleitoral desta noite na TV Bandeirantes pode ser visto pelo eleitorado como um exagero, causando um efeito contrário ao que os adversários esperam. Citando a novela Avenida Brasil, da TV Globo, onde a personagem Nina (Rita) se vinga da ex-madrasta, Carminha, Falcão disse que "tudo o que é over não faz bem".

Apesar da possibilidade de uso político do processo no STF, Déda acredita que o eleitorado saberá separar o julgamento da política. "Não se pode menosprezar a inteligência da sociedade", declarou. O governador afirmou que não cabem mais especulações sobre o tema e que "a bola agora está com o Supremo Tribunal Federal". "O Supremo tem por dever constitucional julgar com base nos autos, tem que julgar tecnicamente. Não se trata do julgamento de um partido. Esse julgamento não pode ser político. O STF não é um tribunal de exceção, uma Corte de vingança, é um tribunal de Justiça."

Questionado sobre a participação do ministro José Antonio Dias Toffoli, Déda disse que não se pode prejulgar um ministro do STF com base numa decisão pessoal de atuar ou não do julgamento. "Ninguém pode impor a ninguém o julgamento de consciência", apontou. "Ele é juiz da sua decisão, seja qual for a decisão", completou.
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