Não há razões para descrer do sucesso do leilão de concessão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, marcado para esta sexta-feira (22) na Bovespa. A Agência Nacional de Aviação Civil não divulgou os nomes das empresas interessadas, mas Odebrecht Transport, Invepar e Andrade Gutierrez confirmaram sua participação ao Hoje em Dia. Elas vão disputar o direito de administrar o maior aeroporto mineiro pelos próximos 30 anos.
O consórcio vencedor terá que fazer investimentos estimados em R$ 3,5 bilhões, para garantir que o aeroporto, que neste ano deve movimentar 10,4 milhões de passageiros, tenha ao final da concessão capacidade para 43 milhões anuais. Esses recursos serão gastos, em boa parte, até abril de 2016, para a construção do novo terminal de passageiros com pelo menos 14 pontes de embarque e para a ampliação do parque de aeronaves.
Não é possível minimizar a importância desse aeroporto para o desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além de passageiros, por ele passará parte da produção das indústrias já instaladas ou que serão inauguradas nos próximos anos. Na própria área do aeroporto, há espaço para indústrias de conteúdo tecnológico.
Se as autoridades forem previdentes, Confins não enfrentará problemas como o de Viracopos. Para possibilitar a ampliação desse aeroporto paulista, o governo teve que entrar na Justiça, há mais de um ano, com aproximadamente 2.500 ações de desapropriação, prevendo ingressar com outras 1.200. É impossível saber quando esses processos chegarão ao fim, tendo em vista a lentidão do Judiciário.
Em Confins, a situação parece bem mais tranquila. O aeroporto possui atualmente área de 15 quilômetros quadrados. Em agosto de 2009, o governador Aécio Neves publicou decreto declarando de utilidade pública, para desapropriação, imóvel rural de 7,48 quilômetros quadrados, localizado entre os municípios de Lagoa Santa e Confins. Essa área se destina à ampliação do aeroporto.
Ocorre que a desapropriação ainda não foi concretizada e, nesta semana, o governador Antonio Anastasia publicou outro decreto, reduzindo a área a ser comprada para 6,5 km².
Apesar disso, a posse do terreno remanescente pelo governo deve garantir que as vizinhanças do aeroporto não sejam ocupadas por residências, indústrias e casas comerciais, como em Viracopos, dificultando futuras ampliações.
É natural que os atuais proprietários resistam à desapropriação, pois eles também estão na expectativa de valorização de suas áreas, com o desenvolvimento esperado para os próximos anos, em razão do aeroporto, da Cidade Administrativa e de outros investimentos que terão como destino a região.
O governo estadual é um dos interessados, e deve resistir às pressões para que a área que precisa comprar não fique ainda menor.