Pacote para acalmar aliados é "direito dos congressitas", diz Henrique Alves

Márcio Falcão - Folhapress
25/02/2014 às 13:09.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:16

BRASÍLIA - Um dos principais articuladores do "blocão" de deputados governistas independentes, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta terça-feira (25) que o pacote anunciado pelo Planalto para tentar acalmar aos aliados "não é uma concessão, mas direito dos congressistas".

Na segunda-feira, para tentar conter a ameaça de rebelião em sua base na Câmara, o governo decidiu mobilizar 12 ministérios para atender a demandas dos congressistas, prometeu cumprir liberação de verbas para as obras apadrinhadas por deputados e senadores no orçamento de 2013, além de elaborar uma pauta de votações de consenso.

"Isso é o dia a dia. Não é concessão de nenhum governo. É direito do parlamentar. É o compromisso que assumiu com a sua base de atender Estado e município. É direito do Legislativo", disse Alves.

O peemedebista voltou a apontar que não há um movimento contra a presidente Dilma Rousseff, mas para fortalecer a atuação dos deputados. Ele voltou a criticar o trancamento da pauta de votações por projetos prioritários para o Planalto.

"Nós votamos na Dilma e toda base quer a reeleição dela. O que está havendo é uma insatisfação muito grande porque a pauta esta trancada há quatro meses. Estamos sem legislar", disparou.

"No Brasil de hoje, você fortalece partidos não com programas eleitorais periódicos, mas pela atuação de bancadas da Câmara e no Senado, votando projetos, compromissos parlamentares, mas está sendo impossível fazer isso. A pauta trancada e o governo aqui e acolá discorda disso, daquilo", completou.

Ele disse que a iniciativa do "blocão" é dos líderes, mas conta com seu aval. "A coisa não está caminhando. E eu tenho o dever de fazer essa Casa caminhar, votar".
Alves afirmou que o impasse sobre a votação do marco civil da internet será decidido após o Carnaval.

Hoje, os líderes do PMDB, PP, PR, PTB, PDT, PROS, PSC e o oposicionista Solidariedade, que somam mais de 250 dos 513 deputados, devem formalizar a criação de um "blocão" durante um almoço.

Os governistas atacaram a falta de interlocução com o governo, o rompimento de acordos para o pagamento das chamadas emendas parlamentares, a interferência do Planalto na pauta da Casa, além de privilégios ao PT e tratamento diferenciado para aliados no Senado.

Verba

O líder do PT, Vicentinho (SP), afirmou hoje que o Planalto assinou ontem um decreto liberando recursos para as emendas parlamentares. Ontem, numa reunião com lideres da base, o Planalto teria sinalizado que vai executar a liberação dos recursos acertados no ano passado, que ficou entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões a depender do parlamentar.

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