O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou o seu pronunciamento em um evento em Diadema, na Grande São Paulo, pedindo um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que morreu nesta quinta-feira aos 95 anos. "Tive uma grata satisfação de fazer parte de uma geração que lutou contra o apartheid", disse.
O ex-presidente comparou sua trajetória política ao líder sul-africano e disse que Mandela não conseguiu fazer muito pelo lado social, pois chegou tarde ao poder, porém, conseguiu vencer uma realidade que não tinha lógica. "Não tinha sentido a maioria negra ser governada pela minoria branca. Acontecia comigo a mesma coisa", disse, ressaltando que não entendia o porquê dos trabalhadores, que eram maioria, não chegarem ao poder. "Nem sempre a maioria descobre que é a maioria."
Lula exaltou a trajetória de Mandela e disse que o "mundo perdeu uma das pessoas mais extraordinárias que eu já conheci". "Compensa conhecer a história do Mandela porque ele servirá de exemplo", reforçou. O ex-presidente disse ainda que Mandela merecia ter um bom descanso. "Se existe um lugar no mundo para a vida depois da morte, se existe um paraíso, o Mandela merece estar nele", afirmou. E brincando concluiu a sua "homenagem" dizendo. "E espero aprender o caminho (do paraíso) para ir atrás."
Lula participa na noite desta quinta-feira da inauguração da Escola Livre de Formação Integral "Dona Lindu", em Diadema. O centro de ensino, que busca atender até 5 mil trabalhadores por ano, com cursos de formação e qualificação profissional, é uma iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A escolha do nome da escola foi feita em homenagem à mãe do ex-presidente, Eurídice Ferreira de Melo, conhecida como Dona Lindu, por ter sido a responsável pela entrada de Lula no curso do Senai.