A Polícia Federal vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (13) a prorrogação do prazo dos inquéritos da Operação "Lava Jato' abertos para investigar políticos acusados de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. O ministro Teori Zavascki concedeu inicialmente 30 dias de prazo, mas o jornal O Estado de S. Paulo apurou que várias diligências ainda não foram cumpridas. Nessa fase do processo os policiais colhem depoimentos dos políticos, cumprem mandados de busca e apreensão e analisam toda documentação apreendida.
No total, o STF autorizou a abertura de 35 inquéritos contra políticos com mandatos suspeitos de se beneficiarem do esquema de corrupção, a maioria do PP. Delatores da "Lava Jato" disseram em seus depoimentos que os congressistas recebiam porcentual de propina sobre o valor dos contratos de obras tocadas pelas diretorias de Abastecimentos, Internacional e Serviços da Petrobras. A lista de investigados inclui os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), que negam envolvimento com o esquema.
Dos políticos com mandato investigados, já prestaram depoimento a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi acompanhada do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo; os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), e os deputados Jerônimo Goergen (PP-RS), Renato Molling (PP-RS) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS). O jornal revelou que Cunha se recusou a prestar depoimento nessa fase do inquérito por não ser obrigado a fazê-lo.