O pré-candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel, disse na última terça-feira (13) não temer que a associação do seu nome com o da presidente Dilma Rousseff – que sofre com as denúncias relacionadas à Petrobras – possa prejudicar sua campanha. “Sou amigo dela nos bons e nos maus momentos e vou fazer campanha para ela”, destacou.

O tema foi abordado na última terça-feira (13) durante discurso feito a uma plateia de empresários, em Nova Lima. Pimentel também ressaltou que o governo federal não teme investigações, ao contrário de outras gestões.

“Eu acho que o governo federal não teme CPIs. De outros governos a gente não pode dizer o mesmo, porque evitam, bloqueiam. O governo federal não teme. A própria presidenta Dilma que iniciou o processo de apuração dessas supostas irregularidades na Petrobras. Eu vejo isso com tranquilidade”.

Em Minas Gerais, deputados de oposição ao governo na Assembleia tentam instalar uma CPI para apurar as obras e a concessão da gestão do estádio Mineirão, porém, ainda não há numero suficiente de assinaturas ao requerimento.

Piada

O pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga ironizou a fala do adversário. “Dizer que o governo federal não teme CPI só pode ser piada. Os aliados do governo fizeram tudo que puderam para. não instalar a CPI. A presidente Dilma chegou a ser grosseira com alguns senadores, para impedir a instalação. A CPI só foi possível por uma decisão do Supremo Tribunal Federal”, destacou.

Tradição mineira

Pimentel evitou polemizar quando foi questionado sobre seu posicionamento quanto à afirmação do senador Aécio Neves, de que tem “know-how” pra ganhar do PT em Minas e alfinetou o senador, principal cabo eleitoral de Pimenta da Veiga (PSDB).

“Minas tem uma tradição de cordialidade, de cavalheirismo nas disputas políticas e isso acho que vai ser mantido nessa eleição, pelo menos da minha parte. Os mineiros vão fazer sua escolha. O que eu digo sempre é o seguinte: quem decide o voto do mineiro é o próprio mineiro, ninguém decide por ele, aqui não tem dono, não tem rei, não tem imperador”.

Tucano contesta crítica do petista ao governo
 

Durante a conversa com empresários, Fernando Pimentel falou da necessidade de se fazer política no Estado pensando nas especificidades das regiões e também abordou o tema economia. Ele defendeu o nível de crescimento do país e disse que, ao contrário, Minas tem crescido aquém do que poderia.

“Eu não entendo essa história de dizer que o Brasil cresce pouco, tem um ‘pibinho’. Em 2013 crescemos 2,5%, na crise que o mundo enfrenta hoje é uma taxa muito boa. Tivemos a terceira maior taxa de crescimento do mundo, só perdemos para China e Coreia. Já Minas Gerais cresceu apenas 0,5%, bem abaixo da média nacional”. Pimentel destacou que a economia de Minas se baseia na produção de café e minério de ferro, que, segundo ele, é uma economia do século XIX.

O petista voltou também a criticar a segurança em Minas Gerais. De acordo com Pimentel, a criminalidade aumentou e há um déficit de policiais militares. “A polícia hoje está com um efetivo abaixo até daquele previsto em lei, que no meu juízo já é pequeno pra Minas. São 51 mil policiais previstos em lei e a PM hoje tem 43 mil em ação, efetivo. Então é preciso recompor”, disse.

Espanto

O pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, disse que é um “espanto” que Pimentel tenha feito comentários sobre a economia mineira. “Ele foi ministro e o que fez pra melhorar a economia de Minas Gerais? Ele tem memória fraca”, disparou.

O tucano também responsabilizou o governo federal pelos problemas de segurança que, segundo ele, afetam todo o país. “A violência começa com a entrada de droga e o tráfico de armas, que o governo federal não controla. O problema é que o governo federal se mostra omisso a respeito disso”, disse.