(Hoje em Dia/Arquivo)
O êxito dos municípios que lideram o ranking do Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) se deve, em parte, a um bom planejamento e ao monitoramento da efetividade e qualidade das políticas públicas. É o que explica Fátima Beatriz Fortes, que coordena a equipe responsável pela elaboração do estudo pela Fundação João Pinheiro. “A responsabilidade pelos resultados, para o bem ou para o mal, não é só dos prefeitos, porque a maioria das políticas públicas é conjunta com os governos federal e estadual”, diz. Segundo ela, para conhecer as fragilidades e fortalezas do município é importante conhecer os indicadores que compõem o IMRS. Só assim dá para saber o que está por trás desses números, diante da variação de posições entre as 853 cidades. Para o prefeito de Extrema, Luiz Carlos Bergamin (PSDB), dar continuidade às políticas públicas por sete mandatos desde 1989 fez a diferença na cidade sul-mineira de 32 mil habitantes, na divisa com São Paulo. “Quando eu deixar a prefeitura serão 28 anos de administração contínua com a mesma cabeça: trabalhar por Extrema”, diz o médico que cumpre o quinto mandato. Em 2008, a cidade foi a vice-líder do ranking com nota final de 0,748. O município obteve o primeiro lugar geral com 0,701 no IMRS 2010 divulgado neste mês, o que reflete o desempenho favorável nas dimensões renda, saúde e cultura. “São 60 indicadores de nove dimensões que compõem o índice. Mas, se visto isolado, o número resume muita coisa e perde a especificidade”, observa Fátima Fortes. O prefeito de Catas Altas, Saulo Morais de Castro (PT), atribui o bom resultado no IMRS – sétimo lugar geral – ao esforço de gestão empreendido pelo município. “Essa classificação testemunha todo o planejamento de gestão e os investimentos que estamos fazendo”. Segundo ele, a prefeitura contratou a Fundação Dom Cabral para aumentar a capacidade gerencial dos servidores. Unificou as ações na Secretaria da Educação, o que resultou no aumento da nota do Ideb de 3.8 em 2008 para 5.7 atualmente. “A meta do Ideb para o Brasil é 6 no ano 2021. Esse índice nós vamos alcançar muito antes”. Educação, saúde e segurança compõe índice A pesquisadora Fátima Fortes diz que o IMRS informa muitas coisas, mas esconde outras. A base de dados contribui para verificar os resultados de “muitas políticas públicas, não de todas”, e pode ser acessada por meio de um software específico, disponível para download no site da FJP. A ferramenta apresenta recursos de análise, como ordenação, construção de mapas e histogramas. Ela explica que os índices de situação (como está), de esforço (acesso às políticas públicas) e gestão (conselhos municipais e responsabilidade no âmbito das finanças) compõem a avaliação de um município em relação aos demais. “Uma cidade pode ter melhorado de um ano para o outro, mas se as outras melhoraram também, ela não muda de posição em relação às demais”, diz. Segundo Fátima, o IMRS dá ao gestor pistas importantes sobre a qualidade dos serviços públicos. Na saúde, dos 40 indicadores avaliados, oito entram na composição do índice. Na educação são 30 indicadores e apenas cinco integram o cômputo final. Além do índice geral de cada cidade, o estudo disponibiliza 400 indicadores que contemplam as dimensões saúde, educação, segurança pública, assistência social, saneamento, meio ambiente, habitação, cultura, esporte, turismo, lazer, renda, emprego e finanças municipais. Ferramenta foi criada pela assembleia O IMRS é uma ferramenta de gestão para os administradores públicos. Foi criado em 2004 por iniciativa da Assembleia Legislativa e lançado pela Fundação João Pinheiro no ano seguinte, analisando dados de 2000, 2002 e 2004.
Em 2008 foi lançado o IMRS relativo a 2006. Em 2011 foram avaliados os dados de 2008. Este ano o que se avalia são os dados de 2010, que reflete a média do período 2009 a 2011. As dez melhores cidades do ranking: 1 - Extrema 2 - Congonhas 3 - Brumadinho 4 - Barão de Cocais 5 - Ouro Preto 6 - Belo Horizonte 7 - Catas Altas 8 - Formiga 9 - Nova Lima 10 - São João Batista 10 - Itanhandu As dez piores: 1 - Água Boa 2 - Ataléia 3 - Caraí 4 - São Sebastião do Maranhão 5 - Setubinha 6 - São João das Missões 7 - Nova Porteirinha 8 - Bertópolis 9 - Santa Helena de Minas 10 - Itaipé Fonte: FJP