SALVADOR - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (4), mesmo dia em que seu governo descartou realizar um plebiscito sobre a reforma política com validade para 2014, que a proposta era apenas uma "sugestão" ao Congresso.
"Como o Executivo federal não pode fazer essa consulta, porque, pela Constituição, quem faz essa consulta é o Parlamento, a Câmara e o Senado, nós encaminhamos uma sugestão pedindo ao Congresso Nacional que convocasse esse plebiscito", afirmou a presidente durante evento em Salvador, enfatizando a palavra "sugestão".
Enquanto Dilma participava de anúncio de medidas contra a seca na capital baiana, o vice-presidente Michel Temer e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) anunciavam, em Brasília, o recuo do Planalto, após reunião com líderes de partidos aliados.
Mas a presidente não deixou de defender a proposta agora descartada pela 2014. Disse considerar que a população não terá problemas de entendimento para responder a perguntas em uma eventual consulta. "Não sou daqueles que acreditam que o povo não é capaz de entender [o plebiscito] porque as perguntas são complicadas", afirmou, dizendo acreditar na "inteligência, esperteza e sagacidade do povo brasileiro".
Ao final do discurso de 43 minutos, Dilma citou a proposta do governo de acelerar a contratação de médicos estrangeiros para suprir carências em regiões remotas do país, e fez menção aos protestos organizados pela classe médica nesta semana contra a proposta. "Essa questão dos médicos é um grande esforço que temos que fazer e conto com o apoio de vocês, porque já escutei bastante e, dentro das nossas possibilidades, vamos respondê-las", disse a presidente.
Segundo Dilma, o governo federal fará o pagamento do salário, da alimentação e da residência do médico que for transferido para trabalhar em regiões remotas. A presidente falou ainda em "oportunidade de transformar de forma acelerada" o país. "É agora que nós temos que fazer. Por isso, cada um de nós deve dar o melhor de si."