A Executiva Estadual do PMDB aprovou, nessa segunda-feira (7), resolução que permite punir prefeitos do partido que fizerem campanha para os candidatos Pimenta da Veiga (PSDB) ou Tarcísio Delgado (PSB), e liberou os filiados, no caso na disputa proporcional, a optar por apoiar um candidato a deputado federal ou estadual dos partidos da coligação em torno de Fernando Pimentel (PT). “Os prefeitos, vices ou vereadores têm que fazer campanha para o candidato ao governo, Fernando Pimentel (PT), para mim enquanto candidato a vice, e para o candidato ao Senado, Josué Gomes (PMDB), mas pode apoiar um deputado estadual do PMDB, do PT e um federal do PSDB, ou vice-versa”, afirma o ex-ministro Antonio Andrade. Segundo o presidente, a medida “suaviza” o estatuto do partido, mas regulamenta recorrentes casos de infidelidade partidária em Minas. Nas eleições de 2010, por exemplo, cerca de 100 prefeitos foram punidos por infidelidade durante a campanha de Hélio Costa ao governo. O PMDB tem 120 prefeitos em Minas. “Não tem como o diretório municipal apoiar candidato a deputado estadual e a federal na proporcional apenas do PMDB, com esse tanto de partido que temos”, acrescentou Andrade. Para o ex-ministro, não haverá dificuldades para fiscalizar a postura das lideranças. “Isso (infidelidade) é fácil de se provar”, resumiu. O vice-presidente do partido, deputado federal Saraiva Felipe, afirma que a medida reforça o posicionamento de aliança com o PT para a disputa pelo Palácio Tiradentes. “Vai passar a valer assim que todos os diretórios em Minas forem notificados. Pode ser aplicada suspensão ou até a saída do partido”, acrescentou. Saraiva e Andrade admitiram, em junho, que as bases do PMDB já estavam participando de caravanas de candidaturas adversárias, como do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB). No ninho tucano, o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Marcus Pestana, já disse que conta com a dissidência peemedebista para fazer campanha para Pimenta e para o presidenciável Aécio Neves (PSDB) no interior do Estado. Em maio, Andrade chegou a acusar o PSDB mineiro de oferecer R$ 20 milhões ao PMDB em troca de apoio. O PSDB, porém, negou a suposta proposta. Segundo Pestana, a única reunião com o PMDB de Minas ocorreu há três meses, quando pediu que o partido passasse a dialogar com a aliança que dá sustentação aos tucanos no Estado. “Nunca houve esse diálogo. Não sei como alguém joga uma calúnia dessa no ar”, afirmou, na época. Partido está com PSDB em 5 estados O racha com os petistas colocou o PSDB na mesma chapa do PMDB em pelo menos cinco Estados: Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Somados, são mais de 31 milhões de eleitores. Em 17 Estados, coligações apoiadas pelo PMDB vão enfrentar o PT. Em outros dez Estados, repetirão a aliança nacional, mas em mais sete o PMDB estará como cabeça de chapa.